(*) Por Sandra Racy
Campinas, hoje metrópole, tem o órgão de pesquisa mais antigo da cidade e também do país, já que foi fundado em 1887, e ainda em funcionamento, que tem seus resultados aplicados em melhorias de cultivar agrícola no mundo inteiro. Falo do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) com seus 136 anos ininterruptos de pesquisas.
O instituto é referência em muitos cultivares, porém vamos destacar aqui o café, essa que é a segunda bebida mais consumida no mundo, somente perdendo para a água. Todo o trabalho do IAC é desenvolvido na Estação Experimental em Campinas, mais conhecida como Fazenda Santa Elisa, que possui o Centro de Café “Alcides Carvalho”
Ao longo das décadas, o centro desenvolveu um conjunto de 67 variedades. São, na verdade, mais de 86 anos de pesquisa, e é responsável por cerca de 90% do café arábica produzido e consumido no Brasil e 70% em todo o mundo. É importante destacar que o centro de análise e pesquisa tecnológica do agronegócio do café “Alcides Carvalho” atua no desenvolvimento de pesquisas científicas e tecnológicas para atender aos mais diversos segmentos da cadeia produtiva do café.
O Centro foi responsável pelo lançamento de variedades como o Mundo Novo, que é plantado em vários estados do país.
Então, ao ler esse texto degustando seu cafezinho, provavelmente ele foi desenvolvido no Instituto. Hoje, o país conta com duas espécies, que são o canéfora e o arábica. Ambas são de alta qualidade e o Brasil é líder na produção de café especial.
IAC Portas Abertas
Em evento neste mês de outubro, o IAC abriu suas portas para apresentar e oportunizar a campineiros e público em geral suas pesquisas. Foram dois dias intensos de exposição de pesquisas regados a café, pipoca, tours, palestras, entre outras atividades.
Centenas de pessoas passaram pelas instalações históricas que ficam localizadas na Av. Barão de Itapura, ladeada de espécies raras de árvores ornamentais, medicinais e de frutas. Quem esteve lá pôde saber mais sobre banana, café, milho, feijão, amendoim, dentre outras variedades.
Hoje o IAC é composto por 13 Centros de Pesquisa (Centro de Ação Regional, Centro de Café, Centro de Cana, Centro de Citricultura, Centro de Ecofisiologia e Biofísica, Centro de Engenharia e Automação, Centro de Fitossanidade, Centro de Frutas, Centro de Horticultura, Centro de Grãos e Fibras, Centro de Recursos Genéticos Vegetais, Centro de Seringueira e Sistemas Agroflorestais e Centro de Solos e Recursos Ambientais), distribuídos entre Campinas, Capão Bonito, Cordeirópolis, Itararé, Jaú, Jundiaí, Mococa, Ribeirão Preto, Tatuí e Votuporanga.
Todas as atividades de pesquisa do Insituto Agronômico são mantidas com recursos provenientes do Governo do Estado e do Fundo Especial de Despesas, além de projetos financiados por agências de fomento, destacando-se FAPESP, FINEP e CNPq, além de recursos oriundos de parcerias firmadas com a iniciativa privada.
Fotos – crédito: Sandra Racy
(*) Sandra Racy é jornalista e barista