Por Sandra Capomaccio
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A área de inteligência artificial tem 70 anos, mas, na última década, passou por um crescimento explosivo, levando à necessidade de revisão, principalmente de riscos. Essa tecnologia tem por objetivo aumentar a produtividade, dando suporte ao dia a dia das pessoas e, consequentemente, melhorar a qualidade de vida. No entanto, sua evolução de forma tão rápida acendeu a luz amarela, sobretudo por causa do uso indevido de dados que, muitas vezes, não são tão fáceis de identificar de onde surgiram. O ChatGPT parece ter virado essa chave sobre o controle da tecnologia artificial, por isso foi pedida a paralisação de estudos e pesquisas nessa área de IA.
O professor da Escola Politécnica da USP Fabio Gagliardi Cozman, coordenador do Centro de Inteligência Artificial USP, IBM e Fapesp (C4AI), alerta que esse período de paralisação deveria ter sido usado para a regulação dessa tecnologia de linguagem, para garantia de responsabilidades e segurança aos desenvolvedores.
A inteligência artificial pode ser aplicada em diversas áreas de atuação, ou seja, computadores que tomam decisões autônomas, com isso a preocupação que vem à mente é: serei substituído por uma máquina? Calma! A resposta não é tão simples assim.
Uma coisa é certa: profissões que envolvem trabalhos manuais – os chamados serviços -, como pedreiro, eletricista, encanador e manicure, por exemplo, dificilmente serão substituídas.
O assunto não é recente e já vem sendo discutido há décadas pelas grandes empresas de tecnologia, mas não existe um consenso. O especialista da USP entende que o tema precisa ser debatido no Brasil. A Universidade tem papel fundamental no futuro dessa tecnologia de IA, não só por ter surgido nos laboratórios da graduação, mas também na formação das futuras mentes que vão utilizá-la.
Apesar da área de inteligência artificial estar crescendo de maneira surpreendente, o grande desafio da área ainda está no ser humano, que dificilmente consegue ser imitado na sua essência. A tecnologia de IA pode substituir um quarto das tarefas laborais nos Estados Unidos e na Europa. Porém, as notícias também são positivas, porque vai gerar novos postos de trabalho que não existiam até então, trazendo um aumento da produtividade.
Ainda é muito cedo para saber os efeitos que essas tecnologias poderão trazer ao mercado de trabalho, mas um relatório do banco de investimentos Goldman Sachs diz que a inteligência artificial poderia substituir o equivalente a 300 milhões de empregos em tempo integral. Por isso, fica o alerta de que toda a tecnologia tem riscos que precisam ser avaliados.
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