Os especialistas alertam que a relação entre este vírus e os tumores nas línguas, garganta e faringe se dá por meio do sexo oral sem camisinha. A nova pesquisa, divulgada pela Agência FAPESP, foi feita com 1.475 pacientes brasileiros.
"Fizemos dois tipos de testes para verificar a prevalência da infecção pelo HPV entre os 1.475 pacientes: sorologia e análise de DNA", afirmou Rossana Verónica Mendoza López, autora da análise.
Considerando os resultados apenas para o HPV do tipo 16 - o mais relacionado ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço entre os 200 tipos de vírus existentes -, a prevalência de casos positivos entre os pacientes do estudo foi de 72%. Nas avaliações mais antiga, feitas entre os anos 1998 e 2003, o índice encontrado foi de 55%, um aumento de 17 pontos porcentuais.
Menos letal
Ao analisar a sobrevida dos pacientes, os cientistas observaram que, entre aqueles que apresentaram resultado positivo para o HPV, a mortalidade foi 38% menor.
Segundo Victor Wünsch Filho, professor e orientador da pesquisa, o perfil demográfico e de hábitos de vida dos pacientes que apresentaram resultado positivo para o HPV 16 é uma possível explicação para o melhor prognóstico.
"Eles formam um grupo de pacientes mais jovens, com maior proporção de mulheres e menor proporção de fumantes. Esses dados merecem uma análise mais aprofundada", disse Wünsch.
Segundo López, embora as evidências apontem que o HPV esteja se tornando uma causa mais comum de câncer de cabeça e pescoço, o consumo de tabaco e de álcool ainda responde pela maioria dos casos.