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Hospitais apostam em tecnologias de ponta

Publicado em 26 fevereiro 2003

A necessidade de desenvolver soluções terapêuticas cada vez mais eficientes tem levado hospitais como Albert Einstein e Sírio Libanês a destinar milhões de dólares em pesquisas na área do genoma. Também o Instituto do Coração (Incor) desenvolve corações artificiais. E ampliam-se investimentos em equipamentos de última geração, como o Opt View adquirido recentemente pelo Hospital São Luiz. O Hospital Albert Eintein já oferece testes aos pacientes para identificar a existência de genes hereditários (BRCA1 e BRCA2) que possam causar o câncer de mama e ovário. E detém uma parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) para seqüenciar o material genético de cinco vírus diferentes HCV (hepatite C), HIV (imunodeficiência adquirida), RSV (sinsicial respiratório) e hanta vírus (febre hemorrágica). Somente nesse projeto o investimento previsto é superior a R$ 1,3 milhão. O Einstein realiza também uma pesquisa em parceria com o Instituto Pasteur, em Paris, para o seqüenciamento do vírus da dengue. "Dentro de alguns anos poderemos desenvolver novas vacinas para atender à sociedade. Nosso objetivo é dominar a trajetória para o desenvolvimento de novas soluções terapêuticas", diz Carlos Moreira Filho, um dos coordenadores do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein. O Einstein também pesquisa células-tronco, extraídas da medula óssea, que têm potencial para restituir qualquer tipo de tecido celular. Segundo Moreira Filho, o hospital pretende investir só neste ano US$ 3 milhões em pesquisa. Inaugurou recentemente o Instituto do Cérebro para estudos na área de neurociência, que deverá consumir US$ 6,5 milhões em seis anos. E investiu R$ 6 milhões na inauguração, em setembro do ano passado, do Instituto de Ensino e Pesquisa. Para o seqüenciamento dos genomas, o Einstein tem 10 pesquisadores e detém parceria com uma rede formada pelos principais centros de pesquisa do País e do exterior, entre eles Universidade de São Paulo (USP) e Escola Paulista de Medicina (Unifesp). Já o Hospital Sírio Libanês firmou parceria com a Universidade de São Paulo (USP) para o seqüenciamento do genoma clínico de células que causam câncer do cólon. O Instituto do Coração (Incor), após dez anos de pesquisa, desenvolveu o ventrículo artificial para pacientes em estado terminal que sofrem de insuficiência cardíaca e que estão à espera de um doador para transplante. "O Incor é a única instituição no País que detém essa tecnologia. O ventrículo artificial só existe nos Estados Unidos, Alemanha e Japão", diz o médico Adolfo Leirner, diretor do Centro de Tecnologia do Incor. O Incor desenvolveu também a bomba centrífuga. Um coração artificial que pode ser usado até 20 dias. Há ainda os pulmões artificiais e as válvulas cardíacas. O Centro de Tecnologia Biomédica do Incor é formado por 15 pesquisadores e mais 25 funcionários. Ele detém parceria principalmente com a Unicamp, Politécnica, PUC do Rio de Janeiro e Universidade de Berlim. Já o Hospital São Luiz está utilizando um equipamento inédito na América do Sul, que permite realizar a videolaparoscopia (aparelho usado principalmente em cirurgias de estômago) de forma mais eficiente. Denominado Opt View, o equipamento consiste em um novo sistema de visualização da imagem gerada no monitor das cirurgias videolaparoscópicas. A tecnologia é de origem americana e o sistema já é utilizado no Canadá e em alguns países da Europa. "Trata-se de um moderno sistema de geração de imagem que facilita de forma importante a visualização da cavidade, interna e externa, e do órgão operado nas cirurgias videolaparoscópicas. É um aparato da alta tecnologia que melhora a qualidade da imagem e, com isso, traz vantagens, tanto para o médico quanto para o paciente", diz Nilton Kawahara, videolaparocopista do São Luiz.