Notícia

Maluma Marques

Hormônio do crescimento atua para evitar perda de peso, diz pesquisa (131 notícias)

Publicado em

Portal Agora no RS Giro S/A Online Rádio Rainha FM Tílias News Revista Revide online Jornal do Lar Diário MS online Jornal Integração LiberaPensado.com Liberdades Falando a Verdade Ceará Agora Visão Notícias Gazeta de Votorantim online Blog IAG Saúde Fato Amazônico Folha1 online Panorama Farmacêutico Leiamais.ba Portal GRNews Notícias ao Minuto (Brasil) Acesse Notícias Informativo Em Foco Tito Volei Jequié Maracaju Speed Jornal Preliminar Panorama Farmacêutico Portal Lagartense.com.br Sala de Notícias Panorama Farmacêutico TiviNet Folha de Cianorte Cidade Verde Cruzeiro do Sul online Panorama Farmacêutico Parnaíba 24 Horas Debate News TNH1 DeFato Online Paraíba Online Tribuna de Petrópolis online Portal Plural Gazeta Diário de Foz do Iguaçu online Todo Natalense Meio Norte online (Piauí) Conesul News G7 News Portal Alô News O Vale online Nortesul online Portal Patos Portal AZ Mais Recôncavo Portal GRNews Notícias da Hora Gazeta de Toledo online Campos Agora Farrapo Jornal Floripa ClickNews Portal Lacerdense Carajas O Jornal Blog do Valdemar Tibá Jornal de Hoje (RJ) online Folha da Praia De Fato Rondônia Folha de Alagoas online Barriga Notícias ITimes.news Só Mídia Notícias RTVCJS Jornais Virtuais Agenda Paraíba Diário Digital (MS) Doosar The Titi Tudorancea Bulletin Jornal Tribuna Livre online TáNaMídia Naviraí Folha Jovem JM Online MB News Pernambuco.com Notícia Max O Tempo Jornalismo Portal Guanaré Diário de Petrópolis (RJ) online Guia Gaia Fala Camocim BMNotícia BVS Adolec Brasil Portal Patos Imprensa Livre Nova FM 104,9 Café com Notícia TV Jornal Portal Inotícia MA Visão Popular Mundo Positivo Coros Saúde Grupo de Comunicação Evidence
Por Camila Maciel - repórter da Agência Brasil

Há décadas, a ciência busca descobrir por que é tão difícil manter o peso atingido após sacrifícios de uma dieta bem-sucedida e por que é tão fácil recuperar o peso perdido. Uma pesquisa, que contou com a participação de brasileiros, encontrou uma resposta. O hormônio do crescimento GH (do inglês growth hormone), que é responsável pelo desenvolvimento ósseo e aumento da estatura, também atua diretamente para evitar a perda de peso. Quando uma pessoa tem restrição alimentar, o corpo entra em uma espécie de “modo econômico” e começa a guardar energia, além de aumentar a fome.

“A gente se deparou com uma função completamente nova desse hormônio. Durante uma condição em que você não come o suficiente, está fazendo dieta, esse hormônio é secretado. Isso a gente já sabia, mas o que a gente descobriu é que ele acaba agindo sobre neurônios que estimulam a fome e, provavelmente, não só estimulam a fome, como também são capazes de regular o nosso metabolismo energético”, explicou José Donato Junior, professor no Instituto de Ciência Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) e um dos autores do estudo.

Já era conhecido que o GH está ligado ao desenvolvimento ósseo e ao aumento de estatura e é encontrado em grande quantidade nos músculos, no fígado, em tecidos e órgãos diretamente envolvidos no metabolismo de crescimento. Com este estudo, descobriu-se que o cérebro também está repleto de receptores desse hormônio. Os resultados foram publicados na revista científica internacional Nature Communications.

Antes, acreditava-se que a leptina fosse o principal hormônio a entrar em ação para conservar energia em casos de limitação alimentar. Quando há perda de peso, caem os níveis de leptina em circulação na corrente sanguínea. A leptina é um hormônio produzido pelas células do corpo que armazenam gordura. “Quando começa a perder gordura, os níveis de leptina caem muito e o cérebro sente essa queda e ativa os mecanismos de fome e economia de energia”, explicou Donato.

Experimentos

Segundo o pesquisador, há cerca de 15 anos foram tentados experimentos de administração de leptina para quem estava em processo de emagrecimento para observar se havia melhora na manutenção da perda de peso. “Esses experimentos foram muito influentes na época, mas infelizmente deram resultados bastante negativos. Ficou uma pulga atrás da orelha. Como que o hormônio que regula o metabolismo, quando perde peso, não se consegue emagrecer”, disse. A descoberta mais recente revela que há um a forma redundante de o organismo para evitar essa perda.

Donato explicou que essa retenção de energia pode ser vista como algo positivo do ponto de vista da evolução da espécie, pois, se o corpo entende que há restrição de comida, ele é capaz de gastar menos energia e dá mais sobrevida àquele organismo. Esse mecanismo, no entanto, atrapalha os sucessos das dietas alimentares. “Toda vez que o indivíduo engorda e tenta emagrecer, a ação desses hormônios [HG e leptina] atrapalham o emagrecimento porque ligam esse modo econômico. Ele começa animado na dieta, mas perder peso vai ficando cada vez mais difícil”.

A descoberta de uma ação redundante do organismo para evitar a perda de peso por meio do HG e da leptina aponta para uma possível administração combinada dos dois hormônios. Para isso, no entanto, são necessários testes clínicos. “Infelizmente, a gente ainda não dispõe desse tipo de remédio. Nós testamos uma droga no nosso estudo. Essa droga conseguiu realmente aumentar o gasto de energia durante a privação alimentar, mas a gente não avaliou efeitos colaterais. A gente já prevê que ela poderia ter efeitos colaterais porque bloqueava o hormônio do crescimento no corpo todo”, ponderou.

Para o professor, os estudos apontam para o avanço para algum tipo de tratamento que contorne esse “modo econômico” do corpo. “Do ponto de vista evolutivo, toda vez que a gente tenta perder peso isso liga uma sirene de alerta como se fosse um perigo. Se a gente conseguisse impedir que isso ligasse, nós certamente conseguiríamos fazer uma dieta com muito mais facilidade, sem sentir tanta fome e gastando mais energia e óbvio para perder peso, ou você gasta energia ou come menos. Se gasta mais energia, claro que isso facilita muito o processo”, disse.

O trabalho faz parte do projeto temático “Ação do hormônio do crescimento no sistema nervoso: relevância para as funções neurais e na doença” e que tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além dos pesquisadores do Instituto de Ciência Biomédicas (ICB), participam estudiosos da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, e da Ohio University, nos Estados Unidos.