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Homenageado com a Ordem do Mérito Industrial, ministro Marcos Pontes anuncia planos para o Centro Espacial de Alcântara e a implementação do 5G no país (1 notícias)

Publicado em 03 de dezembro de 2019

Por Mayara Moraes, Agência Indusnet Fiesp

Astronauta foi convidado para anunciar avanços na estruturação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações

Nesta segunda-feira (2/12), o ministro de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Cesar Pontes, foi laureado com a Ordem do Mérito Industrial São Paulo, homenagem dedicada a personalidades e instituições nacionais ou estrangeiras que tenham se tornado dignas do reconhecimento ou da admiração da indústria. A homenagem se deu durante reunião plenária conjunta do Departamento de Defesa e Segurança da Fiesp (Deseg) e do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (Simde), ocorrida na sede da entidade.

Convidado para anunciar os últimos avanços na estruturação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Pontes foi surpreendido pelo presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que, emocionado, elogiou o ministro, antigo aluno do Sesi e do Senai.

“Nós estamos com uma agenda do passado. Quando a gente fala em agenda nova, a gente fala de ciência, tecnologia e educação”, disse Skaf. “Independentemente da responsabilidade grande que ele tem como ministro da Ciência e Tecnologia, e do exemplo que ele deu, representando o nosso país como primeiro e único astronauta brasileiro, ele é uma pessoa por quem temos grande carinho”, enalteceu o presidente.

“Acredito que na história recente nunca tivemos um momento que fosse tão alinhado para que as coisas dessem certo, principalmente nesse setor”, destacou o ministro. “Bolsonaro teve coragem de escolher ministros sem ter interferência política, usando as carreiras, os currículos e a sua própria intuição, e isso tem uma consequência muito boa agora”, avaliou o astronauta.

Pontes lamentou o fato de o Brasil ocupar a 66ª posição na lista de países que mais investem em pesquisa e desenvolvimento da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, mas anunciou com otimismo os resultados de algumas políticas que já vêm sendo adotadas por seu Ministério.

“A ciência e a tecnologia estão na ponta de lança do desenvolvimento econômico e social de qualquer país, e mais ainda neste momento em que as sociedades do mundo como um todo dependem do conhecimento e da tecnologia”, refletiu o ministro. “Países que têm essa tecnologia e esse desenvolvimento são países que vão controlar o mercado e o que acontece no planeta, e o Brasil, com o nosso tamanho, com os nossos recursos e as nossas capacidades, não pode ficar fora desse grupo”, alertou.

O ministro anunciou a criação de organismos dotados de uma “estrutura eficiente, capaz de se adaptar a novos cenários e otimizar processos”, como a Secretaria do Planejamento, e órgãos pautados no compromisso de educar jovens e formar professores, como a Secretaria de Pesquisa.

A nova e ‘melhorada’ plataforma Paulo Chagas terá pela frente a desafiadora missão de se tornar um inventário da ciência e tecnologia do país; e as recém-criadas redes de inovação e fomento de desenvolvimento, a tarefa de abastecer a Secretaria de Tecnologias Aplicadas, subdivida em quatro departamentos bastante abrangentes: tecnologias estratégicas (aeroespacial, nuclear, segurança cibernética, inteligência artificial, materiais avançados); tecnologias para produção (tecnologias para indústria, tecnologias para agronegócio e tecnologias para serviços); tecnologias do desenvolvimento sustentável (cidades inteligentes, biotecnologia, energias renováveis, tratamento de resíduos sólidos, tratamento de poluição); e tecnologias sociais (saneamento, saúde, tecnologias assistidas).

A expectativa do Ministério é que entidades parceiras como o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) recebam os investimentos necessários para expandir trabalhos focados nessas quatro áreas de atuação.

Pontes deixou para o final as estratégias previstas para os grandes projetos da pasta: a implementação da tecnologia 5G no Brasil, a exploração da inteligência artificial no país e a execução do acordo envolvendo o Centro Espacial de Alcântara, no Maranhão.

“Para começar a instaurar a tecnologia 5G, no Brasil, precisamos de uma base estabelecida”, advertiu o ministro. Segundo ele, essa sustentação vem sendo construída no âmbito do projeto MCTIC Conecta Brasil, que prevê a instalação de fibra ótica e a conexão satelital nas regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

“No Nordeste, estamos colocando uma infraestrutura que está conectando 77 cidades – o que implica 736 unidades básicas de saúde e hospitais, 2.532 escolas e universidades”, contou Pontes. “No Norte serão aplicados mais de R$ 500 milhões em mais de 10 mil quilômetros de fibra instalados no leito dos rios, o que vai nos possibilitar conectar grande parte da Amazônia”, acrescentou o cientista. No Centro-Oeste, a preocupação principal é levar conectividade em alta velocidade para o campo, o que promete ter um impacto direto na produção agrícola do país.

O grande investimento do Brasil em inteligência artificial ficará por conta de oito laboratórios que serão lançados em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Distribuídos por todo o país, essas estruturas produzirão conhecimento para setores particulares como agricultura, saúde, segurança cibernética, educação, defesa e segurança, cidades e administração.

A execução do tão aguardado Acordo do Centro Espacial de Alcântara deverá centralizar as atenções da pasta durante 2020. “Precisamos fazer planos muito bem feitos para que a gente não dê furo depois que começar a operação, isso inclui a infraestrutura interna do centro, a infraestrutura dos arredores, a infraestrutura de acesso, e as tratativas com as empresas”, observou Pontes. “A gente vai pensar durante o ano como isso vai ser gerenciado”, concluiu o ministro.

Ordem do Mérito Industrial São Paulo – criada pela resolução do Mérito Industrial São Paulo, nº 4, de 5 de abril de 2007, é destinada a condecorar personalidade e instituições nacionais e estrangeiras, que se tenham tornado dignas do reconhecimento ou da admiração da indústria. Esta comenda de alta distinção, no Grau Grã-Cruz, foi concedida a 53 autoridades, dentre Reis, Príncipes, Presidentes e Primeiros-ministros, até o presente momento.