BRUXELAS - A planejada hidrovia Paraná-Paraguai se tornou uma espécie de símbolo do impacto ambiental de obras de infra-estrutura e transportes previstas para o Mercosul por atravessar Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai, e ainda conectar a Bolívia. Com extensão estimada em 3,4 mil quilômetros, ligando o Mato Grosso ao Rio da Prata, a hidrovia é duramente criticada por ecologistas e motivou os debates mais quentes no 1º Encontro de ONGs da União Européia e do Mercosul, realizado esta semana em Bruxelas.
"A construção da hidrovia será o inicio do processo de alteração de todo o ecossistema da região, afetando a economia e as populações, além da fauna, flora e solo", afirma o brasileiro Maurício Galinki, da Fundação Cebrac. Segundo ele, o maior impacto será observado no Pantanal mato-grossense, que deverá sofrer uma redução do nível das águas para alimentar a hidrovia. Só no primeiro ano, prevê-se a retirada de 15 bilhões de metros cúbicos de água. Como conseqüência, há risco de desertificação de várias áreas do Pantanal.
Os ambientalistas também avisam que as terras do Pantanal se tornarão menos férteis, refletindo mais energia solar, reduzindo ás chuvas e alterando a produção de peixes. Os ecologistas denunciam também a prevista extinção de povos indígenas ao longo da hidrovia.
TEMPLO DE TECNOLOGIA FAZ 10 ANOS
ANY BOURRIER - Correspondente
Paris - Trinta milhões de visitantes em uma década de atividades é o saldo do Museu das Ciências e da Técnica, que comemora esta semana seu décimo aniversário. Estudantes, cientistas e professores foram conquistados pela programação do templo francês das tecnologias de ponta, cujo objetivo é tornar a ciência e as invenções deste fim de século mais acessíveis ao público.
Situado no parque La Villete, no norte de Paris, o prédio do museu tem 150 mil metros quadrados e nele são organizadas cerca de 10 grandes exposições por ano, cujos temas tanto podem ser a exploração do espaço como a agricultura biológica. No prédio ultramoderno, de vidro e de aço, convivem uma sala de cinema com tela panorâmica de mi] metros quadrados, a Cité des enfants, onde crianças podem explorar o universo científico, e a Cité des metiers, que orienta universitários em busca de formação profissional específica.
No Museu da Ciência e da Técnica estão disponíveis também uma midiateca, onde se pode consultar 300 mil livros e 4 mil filmes em videodisco. Outros prédios abrigam salas de concerto, como a Zenith, um clube de jazz, denominado Hot Jazz e o centro de vôo Cinaxe.
"O grande mérito do Museu é sua capacidade de adaptação aos temas mais difíceis e delicados, como os referentes à Aids", assegura Jacques Blanc, um de seus três diretores. Blanc destaca também "o sistema socialmente aberto pelo qual os jovens pobres do subúrbio têm acesso ao conhecimento científico e, no final dos estágios, muitas vezes decidem prosseguir os estudos para tornarem-se pesquisadores". Até o final de novembro, o museu vai comemorar seu décimo aniversário com homenagens.
Notícia
Jornal do Brasil