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UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Hemocentro promove workshop de INCT(s)

Publicado em 28 setembro 2010

Por Caius Lucilius, Paula Conceição e Yasmine Souza

O Hemocentro da Unicamp realizou na última sexta-feira (24) o 1º Workshop de Interação dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT) do Sangue, de Biofabricação e de Fotônica Aplicada a Biologia Celular. O evento foi realizado no anfiteatro da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp.

A organização do evento foi da coordenadora do Instituto do Sangue (INCTS), Sara Saad e contou com a participação de 75 pessoas entre pesquisadores e alunos de mestrado, doutorado e pós-doutorado. São Paulo tem 44 institutos instalados no Estado por meio do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia do MCT/CNPq/Fapesp.

Para a professora Sara Saad o objetivo do workshop foi promover a interação entre as diferentes áreas para colaborar com as pesquisas multicentricas. "Buscamos que as apresentações ocorressem com informalidade, permitindo dessa maneira, que os participantes colocassem suas dúvidas e participassem para a troca de conhecimento", explica Sara Saad, que também questionou muito os palestrantes sobre os estudos.

Rubens Maciel Filho, engenheiro químico e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biofabricação (INCT-Biofabris), falou sobre "Desenvolvimento de Processos para Obtenção de Biopolímeros para Biofabricação", e ressaltou para a responsabilidade da engenharia em desenvolver novos materiais biocompativeis para uso na medicina, como o ácido láctico originário da cana de açúcar.

Hoje uma das linhas de pesquisa na área é o uso de imagens 3D de tomógrafos para geração de dados que são processados através de softwares em um modelo sólido de computador que pode ser utilizado no ser humano. "O biopolímero proveniente do ácido láctico é um material com grande potencial de emprego e o objetivo para o futuro próximo é a produção de órgãos diversos", detalha Maciel Filho, que é da Faculdade de Engenharia Química.

De acordo com Maciel Filho, atualmente, se comparado a países como Itália e EUA, o Brasil está em destaque na área da pesquisa, principalmente, por conseguir assimilar a engenharia e a medicina de maneira que ambas agregam benefícios às áreas. Além disso, no Brasil a pesquisa é mais barata e o comportamento multidisciplinar dos alunos mais responsável se comparado a outros países.

A professora Cecília Amélia de Carvalho Zavaglia, da Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM), abordou um histórico sobre os biomateriais, que no início das pesquisas se concentravam nos materiais para ortopedia e mais recentemente estas pesquisas estão concentradas nos polímeros reabsorvíveis. "Queremos obter novas ligas com boa resistência mecânica, baixo módulo de elasticidade, excelente biocompatibilidade e boa cobertura de superfície de arcabouços em tecidos ósseos e outros órgãos", explicou Zavaglia.

O pesquisador da área de biologia celular, Hernandes Carvalho, falou sobre a criação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fotônica Aplicada à Biologia Celular (Infabic) e sobre as metodologias que serão utilizadas no primeiro laboratório de microscopia multimodal baseado em tecnologia fotônica. Segundo o palestrante, os novos equipamentos e os diferentes métodos irão contribuir para o desenvolvimento da pesquisa, por exemplo, com o Microscópio Confocal, que possibilita a decomposição das imagens geradas por diferentes correntes florescentes. "Eu entrei no projeto para garantir que ele seja multiusuário. Todos os pesquisadores que precisarem do laboratório poderão utilizá-lo conforme as regras".

Rashmi Saini, aluna de pós-doutorado, orientada pelo professor Fernando Costa e recém chegada de Lucknow, na Índia, dissertou sobre o tema de sua pesquisa "Role Of Nitric Oxide System In The Pathophysiology Of Sickle Cell Disease", ou seja, o papel do sistema de óxido nítrico na fisiologia patológica da doença falciforme. Bolsista da Fapes, a estada da aluna no Brasil será de dois anos, tempo em que estudará sobre neutrófilos e células endoteliais na doença falciforme.

O evento contou com 75 inscritos, principalmente da área da engenharia e aconteceu durante todo o dia. Astrid Juliana Rincon e Guilhermo Andrés Rueda Martinz, ambos da Colômbia e mestrandos da Faculdade de Engenharia Civil, estavam presentes no workshop e disseram estar muito satisfeitos com a organização em função da colaboração que gerou a pesquisa. "O que nos chamou mais atenção foi a junção das áreas para tratar de determinado assunto. Isso nos beneficia pois conseguimos visualizar nosso tema a partir de diferentes ângulos", ressalta Rincon.