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HC de Ribeirão desenvolve técnica pioneira não-invasiva (1 notícias)

Publicado em 07 de outubro de 2011

Pesquisadores do projeto Pressão Intracraniana, coordenado pelo professor Sérgio Mascarenhas, do Instituto de Estudos Avançados da USP, chegaram a fase pré-clínica de uma técnica para medir a pressão intracraniana de uma forma minimamente invasiva.

Dez pacientes já foram operados pelo novo método nos últimos dois anos no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e agora os pesquisadores testam um aparelho para medir a pressão intracraniana de maneira não invasiva.

A Pesquisa, em desenvolvimento há cinco anos, tem parceria com a USP de São Carlos, a Ufscar e apoio da Fapesp.

Com mais de 100 operações em animais como ratos, porcos, coelhos e ovelhas, a nova técnica, que consiste na implantação de um microchip na região frontoparietal do crânio, mostrou-se tão eficiente como a forma convencional de se fazer a medição da PIC, que perfurava o crânio do paciente. A nova técnica tem como vantagem de não ter traumas provocados pelo método antigo, menos chance de infecções, permitir um maior tempo de monitoramento e custo operacional baixo.

O neurocirurgião Koji Tanaka, do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, diz que além dos dez pacientes jovens, com menos de 50 anos, que foram operados por ele na cidade, pelo menos mais 30 passarão pela cirurgia para comprovar a eficácia e ter mais dados para análise. "É fundamental ter essa monitoração da pressão intracraniana para tratar pacientes com traumas que dão entrada no hospital", explica.

Mais testes

Mascarenhas diz que o método também está sendo ampliado para a área da fisiologia do exercício. "Sabemos que o exercício aumenta a pressão e quanto maior ela for, maior vai ser a pressão intracraniana", diz. De acordo com ele, graças aos métodos não invasivos e minimamente invasivos de medição, foi possível ver pela primeira vez o funcionamento do coração dentro do cérebro.Sérgio Perez, doutor do departamento de fisiologia da Ufscar, diz que a técnica vai trazer muitos ganhos. "Vai permitir adotar uma medida que capacite para o esforço físico e minimize as chances de algum problema cardíaco ou cerebral", explica.