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Grupo deve propor gestão integrada na baía do Araçá

Publicado em 26 fevereiro 2014

SÃO PAULO - Um grupo de pesquisadores desenvolve, desde 2012, o Projeto Temático Biodiversidade. O objetivo é entender o complexo funcionamento do sistema da baía do Araçá, litoral norte, e propor caminhos para o uso integrado da região - levando em conta processos ambientais, físicos, biológicos e sociais - e depois aplicar a lógica de trabalho a outras regiões e escalas.

O projeto está sob a coordenação da professora Antonia Cecília Zacagnini Amaral, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A baía do Araçá, entre as cidades de Ilhabela e São Sebastião, no litoral paulista, oferece ao homem serviços ambientais como provisão de alimentos (por meio da pesca), depuração de efluentes, ciclagem de nutrientes e área para ocupação urbana e turística. Por outro lado, a baía é impactada por intervenções antrópicas na terra e no mar, como a construção do Porto de São Sebastião e a poluição urbana, que podem comprometer serviços e benefícios ofertados pela natureza.

"Estudar o mar é mais difícil e caro do que estudar áreas continentais, e ainda sabemos pouco sobre os processos que ocorrem na região costeira. Precisamos entender potencialidades, ameaças, oportunidades e fragilidades a fim de aprimorar estratégias de gerenciamento", afirmou Alexander Turra, pesquisador do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do módulo Manejo Integrado do Temático, no primeiro encontro do Ciclo de Conferências 2014 do programa Biota-Fapesp Educação, em São Paulo. O pesquisador faz parte do Projeto Temático, que irá estender as pesquisas até 2016.

Os exemplos apresentados na conferência confirmam, segundo Turra, a necessidade de olhar para os serviços ecossistêmicos marinhos de forma integrada, buscando a aproximação de diferentes atores sociais para uma discussão multissetorial. "Incluindo professores de ensino fundamental e médio, que podem trabalhar a lógica dos serviços ecossistêmicos e da valoração dos benefícios ambientais com seus alunos", disse.

Segundo Turra, estudos feitos em diferentes países mostram que todos os oceanos já sofreram algum tipo de impacto por conta de ações antrópicas e mudanças climáticas. Foram identificadas 7 zonas mortas na costa brasileira.

Agências