Notícia

G1

Grupo da UFSCar cria jogo educacional que mostra importância e incentiva vacinação

Publicado em 10 setembro 2018

O 'Vacinax' foi criado pelo Ludo Educativo, em São Carlos (SP), após a baixa adesão da população na campanha de vacinação contra pólio e sarampo.

Para destacar a importância da vacinação e desmistificar notícias falsas, um grupo de desenvolvimento de jogos educacionais da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou um jogo - o vacinax - para mostar como funciona a vacina dentro do organismo.

A campanha de vacinação contra a pólio e o sarampo do Ministério da Saúde tem como meta vacinar 95% das crianças de 1 a 5 anos. Por conta da baixa adesão, porém, tem sido prorrogada para que o objetivo seja atingido. Na região, Araraquara (SP) ainda não atingiu a meta.

Campanha contra pólio e sarampo é prorrogada até dia 14

No vacinax , o papel do jogador é o de controlar um linfócito T (célula que age na defesa do nosso organismo), que se locomove no corpo humano (como um labirinto) identificando e destruindo células infectadas. Conforme o jogo progride, o corpo em que o jogador está é vacinado e a vitória é alcançada quando ascélulas infectadas são destruídas.

Segundo o coordenador do projeto e professor da UFSCar, Elson Longo, o objetivo é incentivar e informar a importância da vacina para as pessoas.

“Recentemente divulgaram uma estatística que indicou uma diminuição no país na vacinação contra doenças como poliomielite, sarampo, coqueluche e difteria . Existem muitas informações falsas sobre o assunto. O jogo procura desmistificar essas notícias e mostrar a importância da vacina para as crianças e qualquer um que jogue”, disse.

O vacinax está disponibilizado gratuitamente para computador e celular. A jogabilidade busca representar como a medicação age no nosso corpo. De acordo com Longo, ao fim do jogo o jogador tem uma predisposição maior para ser vacinado.

“A pessoa irá aprender sem perceber a importância de ser vacinado. O jogo não é uma propaganda clara, ela joga e no final ela se sente mais disposta a receber vacina”, contou.

O jogo foi lançado em agosto e, após uma pesquisa, o grupo percebeu que 65% das pessoas que jogam tem idade abaixo de 15 anos. O Ludo decidiu criar o vacinax após a baixa adesão a vacinação.

“Mobilizamos nossa equipe e criamos a plataforma em 25 dias. Foi rapidamente ajustado para informar as pessoas e aproveitar o período da Campanha Nacional de Vacinação. Normalmente demoramos cerca de 3 ou 4 meses para criar jogos”, explicou Longo.

O Ludo começou a criação de jogos educativos como forma de contrapor aos jogos de guerra e violência. As criações são enviadas para escolas são difundidas entre os alunos nas plataformas digitais.

“Há seis anos começamos com um joguinho para o vestibular, depois para ensino fundamental, depois recebemos pedidos de pessoas do meio ambiente para realizar jogos de recidiveis. Quando vemos que a comunidade tem uma necessidade em alguma área, criamos os jogos”, contou o professor.

O objetivo do grupo com as criações dos jogos é informar as pessoas e ajudar na melhoria do bem estar da sociedade. Ao todo, já foram criados 32 jogos. “Um dos jogos mais solicitados é de pessoas que não tem visão e audição. Até o fim do ano pretendemos fazer esse jogo”, disse Longo.

O Ludo Educativo é um projeto de extensão do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). O projeto foi criado em 2014 e o site já teve 8 milhões de acessos.

Composto por cerca de 30 pessoas, a equipe é formado por professores, estudantes e especialistas da UFSCar, Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).

*Sob supervisão de Fabiana Assis do G1 São Carlos e Araraquara.