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Grupo da EESC-USP lança balão para testar componentes da missão lunar brasileira

Publicado em 03 janeiro 2017

Pesquisadores do Grupo Zenith da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC-USP) lançou um balão estratosférico que testou na alta atmosfera experimentos e componentes que mais tarde serão incorporados ao satélite lunar Garatéa-L, segundo informou a Comunicação Social da Missão Garatéa-L.

A sonda acoplada ao balão foi batizada de Garatéa II – assim chamado por ser o segundo voo da série a levar experimentos a uma altitude de até 30 km. A essa distância do chão, a pressão atmosférica é um centésimo da encontrada ao nível do mar e a camada de ozônio já ficou para trás, permitindo a alta incidência de raios ultravioleta do Sol.

“É um ambiente muito parecido com o encontrado na superfície de Marte”, diz Fabio Rodrigues, co-coordenador da equipe científica do experimento embarcado e pesquisador do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).

O experimento embarcado expôs colônias variadas de microrganismos e moléculas de interesse biológico a essas condições radicais, na esperança de compreender seus efeitos sobre a vida e assim verificar a viabilidade de que ambientes extraterrestres, como o planeta vermelho, possam servir como nichos para atividade biológica.

Trata-se de uma versão precursora do experimento que será embarcado na Garatéa-L, espaçonave brasileira a ser colocada em órbita da Lua em 2020. Além das colônias de bactérias, a missão também contará com um experimento para verificar os efeitos do inóspito ambiente cislunar sobre tecidos humanos e uma câmera que fará observações da região do polo sul da Lua.

A missão tem como cientista principal Douglas Galante e é dirigida por Lucas Fonseca, engenheiro espacial formado na EESC-USP e CEO da empresa Airvantis, que está promovendo o projeto em regime de parceria público-privada.

O voo da Garatéa II foi lançado a partir do Hangar 1 do Departamento de Engenharia Aeronáutica (SAA), localizado na Área 2 do Campus da USP em São Carlos.

Divulgada oficialmente em novembro de 2016, a primeira missão lunar brasileira é um projeto da empresa Airvantis, em parceria com pesquisadores de diversos grupos de pesquisa em instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade de São Paulo (USP), o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), o Instituto Mauá de Tecnologia e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). O lançamento está marcado em 2020.

Agência FAPESP