Faculdade de Marília passou por uma avaliação rigorosa para saber da viabilidade da instituição ser encampada pela Unesp
Marília - Um grupo de trabalho formado por funcionários da Universidade Estadual Paulista (Unesp) concluiu na semana passada o relatório sobre a encampação da Faculdade de Medicina de Marília (Famema).
O resultado deverá ser divulgado nos próximos. Antes, será preciso que o mesmo grupo conclua também o relatório sobre a encampação da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto. A proposta da Unesp é encampar as duas faculdades ao mesmo tempo.
No entanto, para isso acontecer, será preciso aprovação da Assembléia Legislativa. O diretor-geral da Famema, César Baaklini, acredita que até maio do próximo ano o relatório tenha sido votado na Unesp e encaminhado para a Assembléia para votação dos deputados.
A encampação da Famema está sendo vista como de "fundamental importância" pela diretoria da faculdade. Na opinião de Baaklini, "não há sentido manter uma instituição pública de ensino isolada".
Desde 1994, a Famema é uma autarquia ligada à Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo e não à Secretaria de Educação, como ocorre com as demais faculdades públicas paulistas.
Além disso, a faculdade de Marília tem tradição no ensino da medicina. A instituição foi pioneira na mudança curricular do ensino médico no País e tem experiência na integração com o sistema de saúde.
Atualmente, a Famema administra o Hospital das Clínicas de Marília, o Hemocentro, a Unidade Materno-Infantil e o Hospital Regional de Assis. Neste caso, a parceria é semelhante à que ocorre entre o Hospital Estadual Arnaldo Prado Curvêllo, em Bauru, e a Faculdade de Medicina de Botucatu.
A Famema tem 234 professores, 480 alunos de medicina, 160 alunos de enfermagem e administra um orçamento de R$ 38 milhões, além dos recursos repassados pelo convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS).
Fazem parte do grupo de trabalho encarregado de preparar o relatório sobre as faculdades de Rio Preto e Marília, funcionários da Unesp lotados nos câmpus de Bauru, Assis, Botucatu e também de Marília. São todos membros indicados pelo Conselho da Unesp, que é presidido pelo reitor Marcos Macari.
Eles demoraram cerca de quatro meses para fazer um diagnóstico da Famema. Nesse tempo, foram analisados toda a parte funcional da faculdade, sua estrutura organizacional, o setor de graduação, o número de funcionários e o custo disso para a autarquia.
Menos burocracia
Embora o resultado do relatório ainda não tenha sido divulgado, o diretor-geral César Baaklin mostra-se confiante na aprovação da Famema como parte integrante da Unesp.
Se isso ocorrer, haverá menos burocracia para a Faculdade de Marília conseguir financiamentos e recursos. Além disso, a encampação à Unesp também facilitará o acesso a pesquisas junto a instituições como a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O projeto de lei que extingue a Famema e repassa todos os bens, móveis e as áreas acadêmicas e de pesquisa para a Unesp foi encaminhado à Assembléia Legislativa em janeiro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).
Notícia
Jornal da Cidade (Bauru, SP) online