A legislação de fomento à inovação já começa a dar resultados. Grandes empresas estão se beneficiando de mecanismos legais, algumas há mais tempo, como a Embraer e Pirelli Pneus, outras mais recentemente, como a Bosch. Foi isso que foi mostrado no painel Experiência das empresas na utilização dos fomentos à inovação, realizado nesta terça-feira (20/5), durante a VIII Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, que ocorre em Belo Horizonte. Além dessas três, também participaram do painel a Fiat, a Natura e a Oxiteno.
Com faturamento de 43,7 bilhões de euros em 2006, a Bosch investiu nesse ano 3,3 bilhões de euros em pesquisa e desenvolvimento. Mesmo com esses altos valores investidos, a empresa decidiu usufruir os benefícios da Lei do Bem, o que passou a fazer a partir do ano passado. No painel, o representante da empresa, Bruno Bragazza, falou da experiência da Bosch na utilização dos fomentos à inovação.
Ele não deu números, mas disse que os resultados foram bons, tanto que a empresa está mudando sua política para a questão da inovação. "Decidimos criar uma área corporativa para coordenação dos assuntos de inovação tecnológica a partir de janeiro de 2008", disse. "Também foi contratada uma assessoria especializada para buscar os benefícios da Lei do Bem em projetos de inovação."
Diferentemente da Bosch, a Embraer é veterana no uso da legislação de apoio à P,D&I. "Nossa experiência com o aproveitamento de incentivos vem desde o Programa de Desenvolvimento Tecnológico Industrial (PDTI, que é de 1993)", revelou o representante da empresa Hugo Borelli Resende. "Por isso, a Lei do Bem não trouxe grandes diferenças para nós. É apenas um incentivo adicional. Nós também utilizamos recursos e incentivos dos Fundos Setoriais e da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado de São Paulo), por exemplo."
A Pirelli Pneus também é antiga beneficiária de leis e programas governamentais de apoio a PD&I. Assim como a Embraer, ela recebeu recursos do PDTI a partir de 1994. "Com a Lei do Bem os incentivos que recebemos deram um salto", contou Roberto Falkenstein, que representou a empresa no painel. "Eles cresceram 230% entre 2005 e 2006. Mas nossos dispêndios em PD&I também cresceram: 11% de 2005 para 2006 e 21% desse ano para 2007." Outro benefício da nova lei para a Pirelli foi o aumento, entre 2005 e 2006, do número de projetos (23%) e dos investimentos em equipamentos (60%).