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UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas

Grande Desafio tem a participação de 600 estudantes no domingo

Publicado em 18 junho 2009

Os jovens cientistas apresentarão neste domingo (21), a solução para o III Grande Desafio, lançado pelo Museu Exploratório de Ciências (MC) da Unicamp, no dia 9 de março: quem é capaz de salvar uma espécie da extinção? Mais de 100 equipes de estudantes garantem que podem operar, a partir das 10 horas, no Ginásio Multidisciplinar da Universidade, um equipamento capaz de resgatar um ovo de Gavião-Real, em ninhos localizados a mais de 40 metros de altura. Foram quatro meses de planejamento e construção. Chegou o momento de colocar a engenhoca para funcionar! Quem vencerá o desafio?

Não é fácil encontrar um Gavião-Real. Monogâmica, a Harpia harpyja vive solitária em um região aproximada de 500 quilômetros de floresta. Com preferência pelas áreas tropicais, é possível encontrar poucos exemplares da espécie na Amazônia, em algumas regiões do Paraná e do Rio Grande do Sul. De acordo com o biólogo Wesley Silva, pesquisador na área de interação ave/planta da Unicamp, os constantes desmatamentos provocados pelo homem (único predador da espécie) limitam, a cada dia, a sobrevivência da maior ave de rapina do mundo. Para agravar o seu desaparecimento, o primogênito mata o filhote mais novo para garantir a oferta de alimento. A solução é retirar um dos ovos antes do nascimento dos filhotes. Parece fácil? Um quebra-cabeça. “No zoológico, o desafio seria um pouco menor. Na natureza, há de se pensar que os ninhos no geral ficam a uns 20-25 metros de altura, as árvores em si, chegam aos 40-50 metros”, lembra Fabiano Ficagna, biólogo e guia de turismo de floresta na região da Chapada dos Guimarães, que sempre avistou a ave pousada no meio da copa das árvores, nunca no topo. “Para acessar um ninho como esse na natureza o equipamento teria que varar uma camada de árvores que tem entre o ninho e a pessoa” acrescenta o professor Wesley. De acordo com o manual, as equipes estão na fase chamada “pânico”, quando os últimos detalhes na engenhoca são acertados. Durante apresentação, elas terão apenas seis minutos para demonstrar a performance do equipamento. Esse tempo é dividido em três minutos para montagem e outros três para a operação.

O prêmio mais aguardado do evento, disputado por alunos das redes, pública e privada, tem importância histórica. Trata-se da rara oportunidade de batismo do asteróide XD96, nº 15453, descoberto pelo astrofísico venezuelano Orlando Naranjo em 1998. Assim como ocorreu em 2007, quando a equipe Sybots, de Ourinhos, pôde registrar na NASA o asteróide nº 12367, do mesmo pesquisador, com o nome daquela cidade. “Minha maior motivação é contribuir para a popularização da ciência e da tecnologia entre os estudantes”, disse o cientista durante a videoconferência realizada esta semana pela Unicamp. A entrevista, na íntegra, será exibida durante o evento, no domingo.

Os jovens de 25 cidades do estado de São Paulo participam em quatro categorias diferentes, de acordo com a idade e tipo de ensino: Fundamental I e II, Ensino Médio e Educação para Jovens e Adultos (EJA). Ao todo, serão quatro prêmios por categoria de inscrição e duas menções honrosas.  Entre as premiações, destacam-se, melhor desempenho, criatividade e fracasso mais espetacular. Participarão da sessão de entrega dos prêmios, autoridades representantes da Unicamp, da Pfizer Brasil, do Instituto Sangari, do Laboratório Nacional de Luz Síncotron, do governo municipal de Campinas, entre outros.

As edições anteriores também apresentaram propostas desafiadoras aos estudantes. Em 2007, o objetivo foi apagar um foco de incêndio na floresta. Em 2008, “Soluções para a Colheita de Laranja”, trouxe a dificuldade de pensar alternativas inovadoras para a colheita de laranja. A bióloga e coordenadora da competição, Tamara Aluani, explica que para 2009 a proposta era trabalhar um tema que trouxesse importantes discussões sobre a preservação ambiental e que também atendesse “a necessidade de ser diferente dos desafios anteriores”, explicou.

O Grande Desafio é um desdobramento da Oficina Desafio, um programa desenvolvido pelo Museu Exploratório de Ciências, em parceria com o Instituto Sangari, que leva por meio de uma oficina ambulante, instalada em um caminhão, pequenos desafios aos estudantes de diversas regiões do país. A Oficina Desafio e o Grande Desafio foram patrocinados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e a Alpha Previdência. Em 2009 o evento sofreu um aumento de 37, 4%, em relação a edição anterior, realizada em 2008.