O Governo Federal apresentou, nesta quarta-feira (18), o plano de ação 2024/2025 para o combate à dengue e outras arboviroses, como zika, chikungunya e febre oropouche.
As ações do plano se dividem em seis eixos: prevenção, vigilância, controle vetorial, organização da rede assistencial, preparação às emergências; comunicação e participação comunitária. As medidas serão implementadas em parceria com estados e municípios.
“O objetivo é reduzir casos prováveis e o número de mortes”, afirmou a ministra da Saúde, Nísia Trindade. A estratégia foi apresentada em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O chefe do Executivo afirmou que o combate à dengue deve ser um compromisso assumido por toda a sociedade e que a intenção do governo é ter “o verão com menos dengue na história do país”.
“O que nós queremos é passar a ideia de que cada cidadão brasileiro é o seu próprio médico na questão do cuidado com a dengue. A gente tem que cuidar da casa da gente”, declarou Lula.
Nos primeiros meses do ano, o Brasil registrou aumento na incidência da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, de janeiro a agosto, houve aumento de 300% no total de casos em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo a ministra da Saúde, o que explica o aumento dos casos no país é a mudança climática e as características do vírus e os quatro sorotipos.
Dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, atualizados na terça-feira (17), registram 5.360 mortes por dengue em 2024. Outros 1.867 óbitos estão em investigação para saber se têm relação com a doença.
Os casos prováveis ultrapassam 6,5 milhões e a mortalidade em casos graves está em 5,43%. Já a letalidade sobre o total de quadros prováveis está em 0,08%.
“Se cada um cumprir com a sua função e não permitir que haja nenhuma possibilidade de os mosquitos ficarem tirando férias no seu quintal, a gente vai ter muito mais condições de combater chikungunya, dengue e tantas outras arboviroses que existem nesse país”, disse Lula.
Ações
Entre as medidas previstas no plano, está a “incorporação gradativa” de vacinas contra a dengue, de acordo com a produção dos fabricantes. Segundo a ministra da Saúde, o Instituto Butantan deve encaminhar, nas próximas semanas, uma vacina para a avaliação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Prevenir é melhor que remediar”, disse Nísia. Ela acrescentou que a dengue já é um problema mundial e é preciso fazer uma “vigilância ativa”. Outra ação prevista é o mutirão para cirurgias em crianças com sequelas da zika.
Nísia declarou que, dentro do Orçamento da Pasta, está previsto um investimento de cerca de R$ 1,5 bilhão para o conjunto das ações, como a aquisição de vacinas e portarias emergenciais.