O Brasil é um dos países que mais faz uso de fontes renováveis de energia no mundo, com a biomassa representando quase 10% da matriz energética nacional. Para aproximar os trabalhos do governo e da área acadêmica neste setor, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) se reuniu com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), que apresentou o Programa Fapesp de Pesquisa em Bioenergia (Bioen).
A iniciativa tem por objetivo estimular e articular atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D) utilizando laboratórios acadêmicos e industriais para promover o avanço do conhecimento e sua aplicação em áreas relacionadas à produção da bioenergia no País. O projeto abarca pesquisa acadêmica e estabelece parcerias para o desenvolvimento de atividades de pesquisa cooperativa entre universidades, institutos e empresa no estado de São Paulo.
"Nós analisamos e decidimos sobre 26 mil propostas de pesquisa em 2014 e temos algum orgulho no fato de que o tempo médio para emitir uma decisão sobre essas propostas foi de 65 dias. Isso é muito rápido. Nunca encontrei nenhuma agência de financiamento à pesquisa em nenhum lugar do mundo que tivesse esse tempo médio. Para se ter uma ideia, a National Science Foundation (NSF) aponta no manual tempo mínimo de 180 dias para analisar", afirmou o diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique de Brito Cruz.
Segundo ele, a Fapesp aplicou U$S 500 milhões em financiamento à pesquisa ano passado. O Programa Bioen conta com mais de 300 cientistas em todo o estado de São Paulo. "Desses, pelo menos 50 são estrangeiros, e temos mais de 600 estudantes de pós-graduação", ressaltou.
"A Fapesp, pelas dimensões que tem, merece um olhar especial de parceria. O convite ao professor Carlos de Brito se insere nesse contexto: para conhecermos o programa que pode ser particularmente importante para o Ministério, mas também ser uma forma de maior aproximação entre o MCTI e a Fundação. A Fapesp sozinha é 50% do orçamentos das FAPs [Fundações de Amparo à Pesquisa] do Brasil", avaliou o secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do MCTI, Armando Milioni.
Dentre outras vantagens que o uso da biomassa apresenta para o País, citadas por Carlos de Brito, foi destacada a redução nos níveis de emissão de carbono na atmosfera e o impacto social e econômico em diversas regiões do território nacional.
(Agência Gestão CT&I, com informações do MCTI)