O Governo do Amapá lançou nesta sexta-feira, 8, o edital da Chamada Iniciativa Amazônia+10 Expedições Científicas, que vai disponibilizar mais de R$95 milhões para financiar pesquisas na região amazônica. O lançamento ocorreu no auditório da Embrapa, na Zona Sul da Macapá.
O objetivo da Iniciativa Amazônia +10 é apoiar a pesquisa científica e o desenvolvimento tecnológico na Amazônia Legal, tendo como foco uma melhor compreensão das interações natureza-sociedade para o desenvolvimento sustentável e inclusivo da região. A iniciativa, liderada pelo Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisas (Confap), contempla 25 das 27 Fundações de Amparo que aderiram ao edital.
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No Amapá, o certame é coordenado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado (Fapeap), em parceria com a Iniciativa Amazônia+10 e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A chamada vai possibilitar o financiamento de pesquisas de expansão do conhecimento científico de sociobiodiversidade sobre áreas pouco conhecidas de floresta amazônica, com aporte de recursos nacionais e estrangeiros. “Estamos lançando a segunda edição do edital Amazônia +10, com foco em gerar conhecimento a partir de parcerias de instituições vinculadas à Amazônia, com parceiros de diferentes estados da federação e de outros países. A ideia é, a partir de esforços conjuntos, gerar conhecimentos sólidos para aplicar na sociedade. É a ciência e a política pública juntas. E uma das metas é que a gente tenha em 2025, ano da COP da Amazônia, muita produção acadêmica qualificada voltada para o momento em que estamos, no qual o meio ambiente é colocado em primeiro plano, como ponto de pauta de todas as ações para o desenvolvimento econômico do estado”, detalhou o diretor-presidente da Fapeap, Gutemberg Vilhena.
O evento contou com a presença do representante da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e secretário Executivo da Iniciativa Amazônia+10, Rafael Andery, que ressaltou as motivações para a prática das atividades.
“A gente identificou que havia uma necessidade grande de incentivar a cooperação entre os pesquisadores de diferentes estados brasileiros. Já é bem claro para a gente, através de diversos estudos, que essa é uma forma de impactar positivamente na qualidade geral dos artigos científicos”, frisou Andery.
Rafael comentou ainda sobre o apoio do Governo do Amapá às pesquisas científicas. Em fevereiro, o estado amazônico se tornou a sede mundial da inovação, tecnologia e ciência com o Starturp.
“Desde o primeiro momento que a gente propôs iniciativas, a atual gestão de governo foi uma das mais entusiasmadas, encontramos muito apoio aqui e isso reflete, claro, também no interesse que os pesquisadores demonstram por participar da iniciativa. O Amapá foi o quarto estado com mais submissões na nossa primeira chamada de propostas, lançada em 2022, ficando atrás somente de Pará, São Paulo e Amazonas”, finalizou o secretário executivo.
A pesquisadora do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (Iepa), Luciedi Tostes, enfatizou o quanto essas discussões contribuem para impulsionar o financiamento de conteúdos científicos.
"Estou aqui participando desse momento que acho fundamental para o fortalecimento da pesquisa não só no Brasil, mas no Amapá e isso possibilita que os setores busquem recursos para o desenvolvimento de pesquisas aqui na Amazônia. Fico muito feliz por essa oportunidade e com esse tipo de ação", afirmou a pesquisadora.
O pesquisador da Embrapa e orientador de programas de pós-graduação da Universidade Federal do Amapá (Unifap), professor Marcelino Guedes, pontuou que essa é uma oportunidade de produção científica construída com bases reais, sob o ponto de vista amazônico.
“Essa integração é muito importante porque muitos pesquisadores que vem de fora que não conhecem os brasileiros da Amazônia, não direcionam as pesquisas da maneira como a gente gostaria que fosse conduzido, de acordo com a nossa realidade”, pontuou Guedes.
Iniciativa Amazônia+10
As inscrições deverão ser submetidas através do Formulário de Propostas disponível na Plataforma Integrada Carlos Chagas até o dia 29 de abril de 2024.
As propostas apresentadas deverão estar voltadas para realização de expedições científicas multidisciplinares na região da Amazônia, por um período de até 36 meses, e o valor mínimo de cada proposta submetida será de R$ 400.000,00.
Os estudos propostos devem avançar em conhecimento científico sobre a região, considerando os atores relevantes para as formulações de políticas públicas, atrair investimentos públicos e privados de forma a promover o bem-estar das populações amazônicas a médio e longo prazo.