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Governo de SP enviará 250 bolsas de plasma para pacientes com Covid-19 em Manaus

Publicado em 20 janeiro 2021

Por G1 SP

O governador do estado de São PauloJoão Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (20) que o Estado de São Paulo irá encaminhar 250 bolsas de plasma para tratamento de pacientes com Covid-19 em Manaus, no Amazonas.

“Essas 250 bolsas de plasma para pacientes convalescentes de coronavírus serão encaminhadas imediatamente por meio do Instituto Butantan para a capital do Amazonas, Manaus. É um volume expressivo de sangue para atender pacientes graves, internados e com este volume de sangue podemos ajudar a salvar vidas em Manaus", disse Doria durante uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira (20).

A previsão é a de que um carregamentos 150 bolsas de plasma seja enviado à Manaus já nesta quarta-feira (20) e outro de 100 na quinta-feira (21), pelo Instituto Butantan.

O material foi recebido dos hemocentros da Fundação Pró-Sangue, Ribeirão Preto, Campinas, Colsan e do Hospital Israelita Albert Einstein e pertence a pacientes que que contraíram a Covid-19, desenvolveram anticorpos para combater o vírus e se curaram.

Segundo os pesquisadores, o plasma convalescente pode ajudar pacientes que estão tratando a Covid-19 a não evoluírem para uma fase grave da doença. O plasma pode acelerar o processo de recuperação em pacientes que estão com a doença por meio de impulso ao sistema imunológico.

“Os indivíduos que tiveram Covid e que se recuperaram, eles desenvolvem anticorpos [..]. Esse plasma contendo esses anticorpos podem ser utilizados, podem ser transfundidos aos pacientes que estão com a Covid-19. O objetivo disso é evitar que esses pacientes evoluam para uma fase grave da doença [..]", disse Dante Langhi, presidente Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular e pesquisador do Instituto Butantan.

Langhi também fez um alerta para a situação do estoque de sangue do estado de São Paulo que, segundo ele, "piorou sensivelmente durante a pandemia". O presidente da Associação Brasileira de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular disse ainda que cuidados estão sendo tomados para evitar que doadores corram o risco de se contaminar com a Covid-19.

“Como todos sabem, essa é uma situação crônica, nós sempre precisamos de doação de sangue e isso piorou sensivelmente durante a pandemia", disse.

“A doação de sangue é um ato absolutamente simples, rápido e não traz risco algum para quem realiza a doação e durante a pandemia os cuidados que tenham sido tomados são de agendar a doação de sangue, os serviços, os hemocentros, os serviços que fazem a coleta de sangue tem a agendado para que não aja acúmulo de pessoas aguardando para doar. Então, qualquer pessoa que esteja em boas condições de saúde é um potencial doador de sangue”, completou.

Pesquisa

Um estudo realizado com 104 portadores de Covid-19 atestou que o tratamento com plasma sanguíneo de convalescentes da doença pode ser uma opção segura para auxiliar na recuperação dos pacientes com a doença, principalmente, se realizado durante os primeiros 10 dias dos sintomas.

A pesquisa começou a ser feita em março de 2020 em pessoas com mais 18 anos que apresentavam comprometimento respiratório considerável devido à Covid-19.

O estudo foi realizado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e conduzida por pesquisadores dos hospitais Israelita Albert Einstein e Sírio-Libanês, em colaboração com um grupo do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.

Vacinação da população quilombola e indígena

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse também nesta quarta-feira (20), que no próximo sábado (23) começará a vacinação da população quilombola e indígena no estado de São Paulo.

“Vacinação de quilombolas e população indígena em São Paulo começa neste sábado no Vale do Ribeira e na região de São Bernardo do Campo. O Vale do Ribeira, onde se concentra a população quilombola do estado, e em São Bernardo do Campo próximo da encosta da serra do mar onde há uma população indígena de razoável expressão”, disse Doria.

A população quilombola, que pertencia ao grupo prioritário máximo, ao lado de profissionais de saúde e indígenas, segundo o plano publicado no início de dezembro pelo governo estadual, não constava mais na primeira etapa de prioridade de vacinação de São Paulo.

Doria afirma que o grupo não estava mais contemplado no cronograma de vacinação, pois tinha sido retirado do Plano Nacional de Imunização (PNI) pelo Ministério da Saúde, mas que será vacinado no estado de São Paulo.

"Lamentavelmente a população quilombola foi excluída do Plano Nacional de Imunização. Nós não sabemos por que o governo federal excluiu a população quilombola do país no Plano Nacional de Vacinação, mas em São Paulo os quilombolas serão vacinados", disse Doria.

A inclusão dos quilombolas foi feita após reportagem do G1 revelar que mais de 50 comunidades reconhecidas como remanescentes de quilombos no estado de São Paulo tinham ficado de fora da campanha de vacinação.