O Governo de São Paulo deu um passo decisivo na luta contra as mudanças climáticas com o lançamento do Centro de Ciências para o Desenvolvimento de Energias Renováveis e Combustíveis do Futuro (CCD – ERCF), que ficará instalado no Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Governo aportou R$ 32 milhões no projeto, sendo R$ 9 milhões financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), R$ 11 milhões do IPT e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) e mais R$ 12 milhões de recursos financeiros da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Com um foco estratégico em energias limpas, o centro terá como missão principal impulsionar a produção e o uso do hidrogênio de baixo carbono, uma solução inovadora e promissora para descarbonizar a economia e reduzir significativamente as emissões de gases de efeito estufa (GEE). O investimento reforça o compromisso do Estado com a transição energética sustentável e o combate às mudanças climáticas.
O projeto avaliará diferentes aspectos da produção, armazenamento, transporte, distribuição, uso e regulamentação do hidrogênio de baixo carbono. Esse produto é apontado como umas das soluções para a descarbonização, com aplicações que vão desde a geração de eletricidade até o uso em processos industriais e no transporte.
Estratégia de descarbonização
Esse investimento faz parte de uma estratégia mais ampla do governo de São Paulo para apoiar iniciativas que promovam o uso de energias renováveis e reduzam a emissão de gases do efeito estufa. O hidrogênio de baixo carbono, considerado uma das grandes apostas para o futuro energético, será essencial para atender às metas de sustentabilidade do estado.
O biometano também é uma aposta importante, identificada em um estudo desenvolvido pelo Governo de São Paulo com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O levantamento detectou um grande potencial para a cadeia do biometano no estado. Com a adoção de incentivos, investimentos e políticas de fomento, o setor pode contribuir para a redução dos gases de efeito estufa e gerar mais de 20 mil empregos com o aumento da produção desse combustível renovável.
O mercado tem reagido aos estímulos oferecidos, com a inauguração de várias iniciativas. No último dia 6 de novembro foi inaugurada uma usina de biometano em Caieiras, na Região Metropolitana de São Paulo. A planta, com capacidade instalada para produção de aproximadamente 70 mil m³/dia do biocombustível, processará o biogás captado pela Solví Essencis, em sua Unidade de Valorização Sustentável (UVS), um dos maiores aterros sanitários do mundo. Com 3,5 milhões de metros quadrados, a área recebe 10,5 mil toneladas diárias de resíduos, principalmente da Grande São Paulo e de outros municípios.
A unidade evitará a emissão de cerca de 300 mil toneladas de CO₂ equivalente por ano, contribuindo para a transição energética e descarbonização das indústrias da região. Além disso, a planta poderá emitir créditos de carbono.
A Toyota do Brasil lançou, no dia 31 de outubro, a pedra fundamental de sua segunda fábrica de Sorocaba (SP), que permitirá à montadora introduzir novos modelos híbridos flex. A unidade, com terreno de 400 mil m², o equivalente a 40 campos de futebol, terá área construída de 160 mil m² e promete gerar 2 mil novos empregos diretos e 10 mil indiretos até 2030. O início das operações está previsto para 2026. A ampliação do parque industrial faz parte do pacote de investimentos de R$ 11 bilhões que a montadora japonesa anunciou no Brasil até 2030, incentivada pelo programa Pró Veículo Verde, do Governo de São Paulo, que estimula o desenvolvimento de veículos menos poluentes por meio da liberação de créditos acumulados de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).
E no próximo dia 6 de dezembro, em Cubatão, será celebrado pela Yara, líder em nutrição de plantas, o início da produção de amônia renovável, fertilizando de baixíssimo carbono no Brasil, utilizando biometano. Para a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística de São Paulo, Natália Resende, São Paulo está na vanguarda da transição energética.