A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) reservou R$ 10 milhões para as pequenas empresas interessadas em desenvolver soluções para questões de relevância pública na área de saúde. São 55 desafios, incluindo o desenvolvimento de uma armadilha tecnológica apropriada para monitorar o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da zika e da chikungunya.
Os desafios foram incluídos em uma chamada pública do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (Pipe), da Fapesp, e lançados em parceria com o Pitch Gov, uma iniciativa do governo estadual. No caso do Aedes aegypti, as empresas que aceitarem o desafio deverão desenvolver armadilhas inovadoras que controlem ou removam grandes quantidades do mosquito do meio ambiente, sem o uso de inseticidas. O dispositivo deverá unir sustentabilidade ambiental e custo acessível, para que possa ser usado em programas de vigilância e controle de vetores no Estado. Segundo o governo, o objetivo é encontrar uma solução que permita que órgãos públicos planejem, junto com os atuais programas da Superintendência de Controle de Endemias (Sucem), ações para a eliminação de criadouros do Aedes e o controle do mosquito sem uso de inseticida.
O benefício será a possibilidade de obter uma nova base de dados sobre a espécie, a ser usada para nortear tomada de decisões, além de permitir a avaliação da efetividade da atual aplicação de inseticidas contra o mosquito. O programa também desafia as empresas a criar um game interativo, para dispositivos móveis, que atraiam a atenção da população e transforme os jogadores em colaboradores do serviço público de controle e vigilância, registrando informações sobre eventuais focos do mosquito da dengue. Um dos desafios é o desenvolvimento de um coração artificial auxiliar, que possa ser implantado. Em sua forma atual, esse tipo de dispositivo pode custar cerca de R$ 500 mil, de acordo com o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia.