O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, comentou os resultados do estudo de vacinação em massa em Serrana, Região Metropolitana de Ribeirão
Em coletiva de imprensa do Governo de São Paulo na sede do Instituto Butantan, nesta segunda-feira, 31 de maio, foram divulgados os resultados oficiais do Projeto S, estudo de vacinação em massa com a CoronaVac no município de Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, que teve início em fevereiro e foi finalizado em abril deste ano. Segundo os resultados publicados pelo Instituto, a imunização com as duas doses fez os casos sintomáticos de Covid-19 despencarem 80%, as internações caírem 86% e as mortes diminuírem em 96% na cidade. As reduções foram constatadas na comparação dos dados entre os meses de fevereiro, março e abril.
“As importantes conclusões do estudo poderão embasar as estratégias de imunização no Brasil e no mundo. A vacina é segura, eficaz, eficiente, de altíssima qualidade, e contribui para prevenir o desenvolvimento da doença, complicações e óbitos entre os infectados.”, explicou o doutor Dimas Covas.
Segundo o presidente do Butantan, o Projeto S criou em Serrana uma barreira imunológica contra o vírus, reduzindo drasticamente a transmissão no município. "O resultado mais importante foi entender que podemos controlar a pandemia mesmo sem vacinar toda a população. Quando atingida a cobertura de 70% a 75%, a queda na incidência foi percebida até no grupo que ainda não tinha completado o esquema vacinal”, comentou o médico Ricardo Palacios, diretor de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan.
Projeto S
O Projeto S foi um estudo inédito de vacinação em massa no município de Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, que aplicou 54.662 doses da vacina CoronaVac, do Instituto Butantan, em cerca de 27 mil munícipes voluntários, aproximadamente 94,8% da população, segundo o censo realizado pelo Instituto previamente.
Os voluntários, maiores de 18 anos, de Serrana foram divididos em quatro grupos, Verde, Amarelo, Cinza e Azul, e receberam os imunizantes nessa ordem.
A pesquisa foi desenvolvida pelo Butantan com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP, e avaliada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária de Serrana.