Com 124.038 mil casos e 113 óbitos, Estado anuncia ampliação de recursos para internações de pacientes com dengue
O Governo de São Paulo decretou nesta quarta-feira (19/02) situação de emergência em saúde pública no estado em razão da epidemia por dengue. A medida foi anunciada pelo secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva, durante reunião do Centro de Operações de Emergências para as arboviroses, na capital paulista.
Paiva anunciou também, durante coletiva de imprensa, o aumento do financiamento para internações de pacientes com dengue. O acréscimo de 20% no teto MAC (Média e Alta Complexidade) impacta diretamente na assistência prestada pelos hospitais e unidades de saúde conveniadas ao SUS em todas as regiões do estado.
O evento aconteceu no Instituto Butantan e contou com a presença de Ésper Kallás, diretor do Instituto; Priscilla Peridicaris, secretária executiva da SES; Cecilia Mantovan, secretária executiva de Comunicação do Governo de São Paulo; Radharani Rodrigues, da Secretaria de Educação do Estado; Carlos Roberto Junqueira, da Casa Civil; e a sargento Mirella Pelege, da Defesa Civil. Além da participação online do Cosems (Conselho de Secretários Municipais da Saúde de São Paulo), da Secretaria de Desenvolvimento Social e da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, 225 municípios paulistas já atingiram mais de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes. O decreto facilita o acesso das cidades a recursos federais e estaduais. Cada gestão municipal, a partir da análise de seu cenário epidemiológico, poderá utilizar a medida estadual para decretar emergência em âmbito local.
Reforço nos equipamentos
Outra medida anunciada pela Secretaria de Estado foi o investimento de R$ 3 milhões na aquisição de 100 novos equipamentos de nebulização portátil e mais 10 de nebulização ambiental. Ao todo, o Governo de SP disponibiliza 730 máquinas portáteis e 55 pesadas para o combate ao mosquito transmissor da dengue.
Medicamentos
Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde informou que investiu na aquisição de medicamentos, como sais de reidratação oral, soro fisiológico e antitérmicos para o tratamento de pacientes. A Pasta reforçou o estoque com 32 milhões destes itens para apoiar municípios que enfrentarem dificuldade no abastecimento das unidades de saúde.
Ações integradas
Em janeiro deste ano, o Governo de São Paulo anunciou a criação do Centro de Operações de Emergências (COE) de combate ao Aedes aegypti e a antecipação de R$ 228 milhões do IGM SUS Paulista (Incentivo à Gestão Municipal) aos 645 municípios do Estado.
O COE é formado pela Secretaria de Estado da Saúde, Casa Civil, Casa Militar, Defesa Civil, Secretaria de Comunicação, Secretaria da Segurança Pública, Secretaria da Educação, Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística e Secretaria de Desenvolvimento Social.
No mesmo mês, o Governo de São Paulo apresentou o Plano de Contingência das Arboviroses Urbanas 2025/2026, com as principais estratégias, ações e recomendações de combate à dengue, chikungunya e Zika na Sala de Situação montada pela Pasta, reforçando o papel da vigilância e controle, além de ampliar a rede assistencial.
A Secretaria de Estado da Saúde disponibilizou capacitações aos trabalhadores da saúde dos 645 municípios por meio de cursos e treinamentos online para manejo clínico, organização dos serviços, e atendimento para arboviroses.
O objetivo é reduzir a incidência e mortalidade causada pelas doenças e coordenar a resposta estadual de forma integrada entre todos os níveis de atenção à saúde.
O plano considera cenários de mobilização e alerta regional, conforme o número de casos suspeitos e confirmados em períodos de quatro semanas consecutivas.
A área de Vigilância Epidemiológica apontou a prevalência do sorotipo 3 circulando no Estado, identificado pelas 71 unidades sentinelas que monitoram a circulação do vírus da dengue, do tipo 1 ao 4, em todo o território paulista. O sorotipo 3 da dengue estava com baixa predominância desde 2016 e 2017, foi reintroduzido no Estado de São Paulo em 2023, conforme identificado pelo monitoramento das unidades sentinelas para arboviroses.