Previsão é atender em dois anos toda a população entre 2 e 59 anos, sendo que os idosos ainda não podem receber a dose porque eles precisam de um cuidado especial nesta fase inicial dos testes
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a então ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciaram na terça-feira, em Brasília, a produção - em larga escala - da primeira vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue. Logo após o anúncio, Nísia foi demitida e sua vaga será ocupada por Alexandre Padilha.
A previsão é que, a partir de 2026, sejam ofertadas 60 milhões de doses anuais, com possibilidade de ampliação do quantitativo conforme demanda e capacidade produtiva.
“A gente espera, em dois anos, poder vacinar toda a população elegível [de 2 a 59 anos]”, disse Nísia, durante cerimônia no Palácio do Planalto.
“Por enquanto, os idosos ainda não poderão tomar a vacina porque, quando as vacinas são testadas, há sempre um cuidado com a população idosa”, explicou, ao se referir às fases de testes clínicos de imunizantes.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ainda avalia o pedido de registro do imunizante, feito pelo Instituto Butantan em dezembro de 2024. Há duas semanas, a agência solicitou mais informações e dados complementares sobre a vacina e informou que foi concluída, de forma antecipada, a análise de dados de qualidade, segurança e eficácia apresentados.
Segundo o governo federal, a partir de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Biologics, a produção em larga escala da vacina 100% nacional e de dose única contra a dengue se dará por meio do Programa de Desenvolvimento e Inovação Local do Ministério da Saúde, já aprovado e em fase final de desenvolvimento tecnológico.
Sob a coordenação do ministério, por meio do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, o projeto contou, ainda, com o apoio do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) no financiamento da pesquisa clínica.