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Governo amplia recursos para a Ciência e Tecnologia

Publicado em 28 agosto 2003

Por Fabiana Pio
As pequenas empresas de alta tecnologia receberão atenção especial do governo federal a partir de setembro deste ano. O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) irá investir R$ 40 milhões num programa que será voltado às áreas de agronegócios, saúde e biotecnologia, segundo Wanderley de Souza, secretário executivo do MCT. Os investimentos serão realizados até o início do ano que vem e farão parte da política do novo governo em priorizar a área de Ciência e Tecnologia no País. "O novo projeto será feito nos moldes do Programa de Inovação Tecnológica já efetuado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo", diz o secretário Souza. Neste ano, o governo federal irá investir cerca de R$ 1,8 bilhão, R$ 600 milhões a mais que o ano anterior. E para o ano que vem, R$ 2,1 bilhões. "O governo anterior tinha um orçamento de R$ 1,8 bilhão, mas liberou apenas R$ 1,2 bilhão. E com isso, muitas dívidas foram deixadas para esse governo", diz o secretário Souza. Entre os objetivos prioritários para este ano estão: desconcentrar os investimentos do sudeste e atuar mais fortemente em regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste; incentivar as pesquisas na área de nanotecnologia; expandir para âmbito nacional o estudo das proteínas, assim como já acontece na área de genoma. Além disso, MCT irá investir R$ 30 milhões nos Fundos Setoriais e mais R$ 30 milhões em diversas áreas do conhecimento. Segundo Souza, cerca de R$ 120 milhões serão investidos para o lançamento de novos fundos setoriais para o pagamento das dívidas do governo anterior. E novos editais serão lançados em 2004, que receberão cerca de R$ 200 milhões. "Cerca de 4,5 mil pesquisadores começaram a receber neste ano bolsas de estudos que variam de R$ 900 a R$ 1,3 mil mensais para poderem dar continuidade em seus estudos", diz o secretário Wanderley de Souza. Entre os recursos recém-liberados destacam-se o do Fundo Verde e Amarelo para a criação de parques tecnológicos nas cidades de São Paulo, São Carlos e Universidade de Campinas. O secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos de Souza Meirelles, irá visitar Unicamp hoje onde receberá a imprensa para falar sobre a instalação do novo Parque Tecnológico em Campinas. Desde maio, quando foi inaugurada, a Agência de Inovação da Unicamp (Inovacamp) vem desenvolvendo um estudo de viabilidade econômica e plano de investimentos necessários para a instalação do novo parque tecnológico. O projeto já conta com financiamento no valor de R$ 2,8 milhões. Os recursos virão do governo federal, por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (R$ 1,3 milhão); governo estadual (R$ 1,2 milhão); e administração municipal (R$ 300 mil). O prazo para conclusão do estudo é de dois anos. O parque está previsto para ocupar uma área de sete milhões de metros quadrados no entorno da Unicamp e próximo de outros centros de pesquisa, como o Laboratório Nacional de Luz Sincrotron (LNLS); Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPqD); e Núcleo de Bioinformática da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). A região também já abriga diversas empresas de base tecnológica, entre elas a ABC Xtal, pioneira na produção de fibra óptica nacional, e a AsGa, maior fabricante de equipamentos para comunicações ópticas do País. UNIVERSIDADES O Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Guido Mantega, acenou para a liberação de pelo menos parte dos R$ 81 milhões contingenciados, referentes a uma emenda da Comissão de Educação e Cultura, originalmente de R$ 300 milhões, reduzida para R$ 81 milhões na Comissão de Orçamento, para as 53 universidades federais. Também assinalou que vai flexibilizar as diárias e passagens aéreas para as instituições.