A luta para perder peso faz parte do dia a dia de homens e mulheres em todo o país e, nesta sexta-feira (8), o Globo Repórter mostrou os caminhos para o emagrecimento saudável.
O programa entrevistou mil pessoas para pesquisa exclusiva e concluiu que 61% delas já tentaram emagrecer, 61% não tiveram acompanhamento de médico ou nutricionista e 43% conseguiram perder peso . O economista Sérgio Telles perdeu 133 kg em pouco mais de um ano . Ele tinha cerca de 200 kg e chegou a 67 kg. A força de vontade surgiu do medo durante a pandemia de Covid-19. O entrevistado contou que precisava deixar de ser do grupo de risco.
Os brasileiros foram os que mais engordaram na pandemia. Uma pesquisa que ouviu 22 mil pessoas em 30 países apontou que metade da nossa população ganhou em média 6,5 kg . O programa acompanhou a rotina do gestor de serviços Antônio Pedretti que, nas horas vagas, é modelo plus size. Os 9 quilos adquiridos por ele em um ano interromperam um processo de emagrecimento que vinha dando bons resultados. Agora, ele vive um processo de reeducação alimentar. Com a ajuda de terapeuta, nutricionista e médicos, Antônio tem conseguido resistir às tentações.
A Universidade de São Paulo pesquisou a quantidade de brasileiros que engordaram mais de 5% do próprio peso na pandemia , o que é considerado um risco para a saúde. O estudo inédito do Nutrinet acendeu um alerta: 16% dos participantes passaram dessa linha. A pesquisa foi feita num período de 12 a 14 meses é a maior sobre alimentação e saúde do brasileiro. As consequências da obesidade, como o diabetes, a hipertensão e outras doenças crônicas, aparecem a longo prazo, de acordo com a nutricionista e doutora em epidemiologia da USP Francine Santos.
Confira todos os vídeos do programa na playlist abaixo:
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A pandemia agravou a preocupação da ciência com a obesidade. Por isso, a Unicamp trouxe uma novidade que resgata hábitos antigos. Aprender a cozinhar vai virar curso obrigatório na formação de médicos da Unicamp . Projeto criado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, acaba de ser implementado no Brasil. O endocrinologista e pesquisador em obesidade da Unicamp Bruno Geloneze explica que a iniciativa da medicina culinária busca atingir o médico, para que ele aprenda e consiga sensibilizar seus pacientes. O médico comenta que comer na rua frequentemente aumenta em mais de 50% as chances de obesidade. Profissionais de saúde da Unicamp mostram ainda um grão de bico saboroso, feito no forno e com tempero caseiro.
Profissionais de saúde também alertam sobre os riscos do jejum prolongado, que pode levar à quebra de músculo . A empresária Alexandra Kyrillos é adepta do jejum intermitente. Alternando o jejum e a dieta cetogênica, além da atividade física, ela perdeu 32 quilos em 11 meses, mas ganhou 12 kg de volta, numa crise de ansiedade. Agora, Alexandra tenta não ficar refém da balança.
4 de 7 Repórter Flávia Jannuzzi com a empresária Alexandra Kyrillos, que é adepta do jejum intermitente — Foto: Globo Repórter
Repórter Flávia Jannuzzi com a empresária Alexandra Kyrillos, que é adepta do jejum intermitente — Foto: Globo Repórter
O equilíbrio entre o que se consome e o que se gasta de calorias precisa ser mantido não apenas durante a dieta. A empresária mineira Kalyssa Joviano Borges, que já chegou aos 112 kg, saiu de 106 kg para 99h,5 kg durante a produção da reportagem , mesmo lidando com as tentações de quem é vizinha de uma padaria e uma hamburgueria .
O Globo Repórter conversou com o pesquisador de campo Adilson da Conceição Santos, que tem dificuldade para emagrecer, apesar de caminhar diariamente durante o trabalho. Adilson é um dos pesquisadores do Estudo Nacional sobre Alimentação e Nutrição Infantil. O Enani avaliou 15 milhões de crianças e apontou que a obesidade em menores de 5 anos já havia dobrado antes da pandemia e que quase 60% das mães estavam com sobrepeso. Adilson, que tem um filho com paralisia cerebral, tem medo de perder a força das pernas quando precisar segurar a criança . Ele sabe que precisa mudar os hábitos para perder peso.
O Globo Repórter foi até o centro de estudos no Hospital das Clínicas da USP conhecer de perto uma pesquisa inédita sobre sedentarismo e emagrecimento, que vai contra o que a maioria das pessoas costuma fazer. O fisiologista e coordenador da pesquisa da USP Bruno Gualano explica que fazer 30 minutos de atividade física e passar o restante do dia em comportamento sedentário traz efeitos negativos para o organismo, que acabam até anulando o benefício do exercício físico . A voluntária Roberlane emagreceu quase 60 kg, mas a cura da obesidade ela atribui à descoberta de seu gatilho emocional: um abuso sexual sofrido aos 7 anos de idade.
A babá Viviane Branco chegou a pesar 180 kg e ficou sete anos e meio na fila do SUS para fazer a cirurgia de redução do estômago . Há três anos, ela se mantém na faixa dos 70 kg com alimentação saudável, terapia e muita atividade física. O medo de ser obesa novamente motiva Viviane a ir à academia, onde ela fortalece o corpo e a alma.
A influenciadora digital Dora Figueiredo se pesava todos os dias, quando tinha anorexia nervosa . As pessoas a elogiavam porque ela estava perdendo peso, sem saber o motivo do emagrecimento. Depois de muita terapia e tratamento médico, Dora parou de se preocupar com o peso e com o que os outros pensavam do corpo dela. Foi a hora da virada. Ao mesmo tempo que ela engordava, ela voltava a se ver como ela mesma. Apertar o corpo e esconder a barriga são amarras das quais muitas mulheres vêm se libertando.
O emagrecimento é como uma longa ladeira. Nem todo mundo consegue ir até o fim. Muitas vezes, a vontade é de desistir no meio do caminho. Mas para chegar até lá, o ideal é fazer dessa subida algo prazeroso e o mais confortável possível. Para ajudar, o Globo Repórter fez um passo a passo especial. O endocrinologista e pesquisador em obesidade da Unicamp Bruno Geloneze cita sete passos para o emagrecimento saudável : praticar atividade física; brincar mais ao ar livre na infância; dormir bem; pensar no planejamento alimentar, fazendo comida em casa; considerar a possibilidade de tratar, já que os medicamentos estão cada vez mais seguros; cuidar dos primeiros mil dias de vida – amamentação e parto normal previnem a obesidade – e estabelecer uma meta realista.
Assista à íntegra do programa no vídeo acima.