O engenheiro agrônomo Julio Cezar Durigan e a médica Marilza Vieira Cunha Rudge são os novos reitor e vice-reitora da Unesp. Eles foram empossados dia 11 de janeiro, em sessão solene do Conselho Universitário (CO), ocorrida no Auditório Simón Bolívar do Memorial da América Latina, na capital paulista, que recebeu cerca de 800 pessoas. Nos próximos quatro anos, o professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, e a docente da Faculdade de Medicina, Câmpus de Botucatu, serão os principais responsáveis pela gestão da Universidade.
A sessão foi presidida pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que em seu discurso realçou a importância das universidades estaduais no desenvolvimento paulista, assinalando a presença da Unesp em praticamente todas as regiões do Estado. O governador enfatizou ter convidado o professor Herman Jacobus Cornelis Voorwald, reitor da Unesp de 2009 a 2012, para gerir a Secretaria Estadual de Educação. E também saudou o fato de a professora Marilza ser a primeira mulher a assumir a Vice-reitoria da Universidade.
Depois de dizer que “o conhecimento é como uma árvore, e seus ramos e folhas, as ciências”, Alckmin concluiu: “Com Durigan, engenheiro agrônomo, especialista em produção vegetal, em nutrição de plantas e fitossanidade, esta frondosa árvore da Unesp vai florescer ainda mais, dando os bons frutos ao povo de São Paulo”.
Além do governador e dos professores Durigan e Marilza, a Mesa do evento foi formada pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo; o deputado estadual Jooji Hato, que representou o presidente da Assembleia Legislativa Estadual, Barros Munhoz; Luiz Carlos Quadrelli, secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia; o professor Voorwald; João Grandino Rodas, reitor da USP, que representou o Conselho de Reitores do Estado de São Paulo (Cruesp); Marcos Macari, reitor da Unesp de 2005 a 2009; Maria Dalva Pagotto, secretária-geral da Unesp; e João Batista de Andrade, presidente do Memorial.
Entre os presentes estavam a secretária estadual de Agricultura e Abastecimento, Mônika Begamaschi, ex-aluna da Unesp; o reitor da Unicamp, Fernando Ferreira Costa; Eduardo Moacyr Krieger, vice- -presidente do Conselho Superior da Fapesp; José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp e professor da Unesp de Araraquara; reitores de universidades particulares; os cônsules de Índia, Japão, México e República Tcheca; os prefeitos Pedro Felício Estrada Bernabe, de Birigui, e Raul Girio, de Jaboticabal, professores licenciados da Unesp, e Gilson Fantin, de Registro; deputados, vereadores e dirigentes de instituições públicas e privadas, e outras autoridades, além de pró-reitores, diretores, docentes, servidores técnico- -administrativos e estudantes da Universidade.
Em seu discurso de posse, Durigan ressaltou o avanço da Unesp em rankings universitários do país e do exterior e garantiu que o planejamento de sua gestão envolverá a discussão de alguns princípios com a comunidade universitária, “como buscar a excelência em todas as áreas do ensino de graduação e pós-graduação, a ampliação e a diversificação do acesso à Universidade e o aprimoramento da formação científica, tecnológica, humanística, ética, política e cultural, articulada com conhecimentos multidisciplinares, proporcionando condições para a reflexão crítica e autônoma”.
Para consolidar sua posição em nível nacional e internacional, de acordo com o reitor, a Universidade deve atender a alguns requisitos básicos: “concentração de talentos, recursos compatíveis e governança adequada, com ousadia, metas e estratégias sempre renovadas”. “Acima de tudo, deve ser sempre reconhecido e incentivado o trabalho de excelência, buscando sempre o justo e o correto e defendendo com veemência a autonomia universitária e uma universidade para todos, pública, gratuita, democrática, com inclusão social e respeito ao meio ambiente, inovadora e de qualidade.”
A professora Marilza acentuou a importância de a Unesp se colocar como universidade de classe mundial, explorando sua inserção em nível municipal, estadual, nacional e internacional e procurando concretizar, com equilíbrio, os princípios do mérito e da inclusão social.
Outro ponto relevante do discurso da vice-reitora foi a promoção de parcerias, tanto em nível interno – com o diálogo entre departamentos e unidades, por exemplo –, como externo, por meio de colaborações que vão da USP e da Unicamp a todos os níveis de administração pública do país. “A cooperação deve ser o norte de nossa Universidade”, conclamou. “Devemos utilizar nossas capacidades para colocar nossa Universidade entre as melhores do mundo.”
Cerimônia
A cerimônia foi aberta com o vídeo 37 x Unesp, uma criação da Assessoria de Comunicação e Imprensa que apresentou imagens de cada uma das unidades e das três fundações (Editora Unesp, Fundunesp e Vunesp), para lembrar os 37 anos da Universidade, comemorados no dia 30 de janeiro. (Assista ao vídeo 37 x Unesp em http:// unesp.br/unespvideos/)
Logo depois, entrou em cena a criatividade de professores e alunos do Instituto de Artes, Câmpus de São Paulo. Sob a regência do docente Lutero Rodrigues, a Orquestra Acadêmica da Unesp tocou a Melodia Sentimental, de Heitor Villa-Lobos, com a cantora Sheila Minatti, o pianista Natan Bádue, a bailarina Flávia Brassarola Borsani e o ator José Manuel Lázaro de Ortecho. A direção artística e cenografia do espetáculo foi da professora Kathya Maria de Godoy.
Em seguida, aconteceu o Cortejo Universitário, em que os integrantes do CO tomaram seus lugares no auditório, e foi formada a Mesa. Conduzidos por uma Comissão de Honra, entraram então o reitor e a vice-reitora. O governador abriu os trabalhos e foi executado o Hino Nacional, com a Orquestra Acadêmica e os cantores Beatriz Baroni, Vicente Sampaio e Nayla Santiago – todos alunos do IA. (Ao longo da cerimônia, a orquestra executou, ainda, as peças Pierrot, de Leopoldo Miguez, e Minuetto e Gavota, de Francisco Braga.)
Após a leitura e assinatura dos termos de posse, o professor Durigan transmistiu a função de vice-reitor para a professora Marilza. Depois, recebeu de Herman Voorwald a função de reitor.
Representando o CO, a professora Maria Cristina Thomaz ressaltou o papel desse órgão colegiado, citando decisões fundamentais na vida recente da Universidade, como a adoção do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), a implantação do plano de carreiras dos funcionários, a reestruturação da carreira docente e a criação de 11 novos cursos e do Câmpus de São João da Boa Vista. Ela lembrou o bom convívio do reitor com o CO e encerrou sua fala saudando os novos dirigentes, “pela capacidade de trabalho e imensa dedicação, que não lhes faltam”.
A ascensão institucional da Unesp, da sua criação em 1976 até se tornar uma das grandes universidades do país, foi o tema do secretário Voorwald. “Agora, a Unesp, a exemplo das outras duas instituições públicas de São Paulo, a USP e a Unicamp, precisa assumir o compromisso de responder a uma demanda social, e permitir e viabilizar o acesso à universidade pública de crianças e jovens egressos do nosso ensino público, através do que está sendo construído, que é essa inclusão por mérito”, declarou.