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Gestantes devem ser testadas mais de uma vez para a presença do Zika (1 notícias)

Publicado em 03 de outubro de 2017

Agência Fapesp-03/10/2017

Testes moleculares para detecção do vírus Zika – que permitem identificar o material genético do patógeno em fluidos como sangue, urina, sêmen e saliva durante a fase aguda da infecção – têm sido usados rotineiramente no pré-natal de gestantes com sintomas da doença.

Apesar disso, um novo estudo sugere que o resultado negativo obtido em um único exame pode não ser suficiente para tranquilizar familiares e médicos. Feito no Brasil, o trabalho será publicado em novembro na revista Emerging Infectious Diseases.

“Acompanhamos um grupo de gestantes com diagnóstico confirmado de Zika e testamos sua urina ao longo de vários meses – com intervalos de aproximadamente uma semana. Em algumas dessas mulheres, a carga viral na urina sumia e depois voltava a aparecer”, disse Maurício Lacerda Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e coordenador da pesquisa apoiada pela FAPESP.

O trabalho incluiu 13 mulheres em diferentes estágios da gestação (de 4 a 38 semanas), atendidas no Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

Segundo Nogueira, em uma das voluntárias foi possível detectar o vírus na urina por até sete meses. Em cinco mulheres, o resultado voltou a dar positivo para a presença do vírus mesmo após a carga ter zerado em exames anteriores. Em todos os casos, o patógeno desapareceu do organismo logo após o parto.

“Esses dados sugerem que, durante a gravidez, o vírus continua se replicando na criança ou na placenta – que servem de reservatório para o patógeno. Porém, a carga viral nos fluidos maternos é intermitente e muito baixa, quase no limiar da detecção”, disse Nogueira.