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Geração de empreendedores (1 notícias)

Publicado em 09 de setembro de 2007

Por Angela Furlan Nolasco, editora da Gazeta

Do leitor

Na aurora do século 21, estamos assistindo resignados e tristemente a despedida, talvez, de um dos últimos representantes da primeira e segunda geração de imigrantes que marcaram definitivamente a vida do país e de suas cidades pelo empreendedorismo que parece impregnado no código genético de uma gente trans-oceânica e desbravadora, em quem no lugar da palavra medo, existia desafio. Esse gene parece ter se manifestado dominante em gente como Pedro Morganti, Mario Dedini, Narciso Gobin, Dovílio Ometto, Francisco Mattarazzo, o pioneiro da industrialização, em São Paulo. Todos com a mesma marca genética trazida de além mar e que podem ser comparados ao grande Barão de Mauá, o primeiro grande empreendedor brasileiro, considerado um dos homens mais importantes do pais do século XIX

Pedro Morganti, Mario Dedini, Narciso Gobin e Dovílio Ometto tocaram negócios sobre os quais hoje recaem importantes responsabilidades globais de tentar reverter o processo acelerado de aquecimento do nosso planeta. Visionários ou idealistas, contra tudo e contra todos, investiram suas vidas na indústria de processamento da biomassa. Estavam à frente do seu tempo. Talvez apenas eles soubessem, nos seus íntimos, da transformação latente e potencial que se operaria no setor em que eles escolheram investir, e que agora explode com tanta pujança: a transformação dos antigos engenhos de açúcar em biofábricas, processando talvez a rainha das biomassas, a cana-de-açúcar, e produzindo entre outros, bioeletricidade, bioetanol e biofertilizantes e de quebra uma indústria limpa. O mundo reconheceu apenas recentemente o que esses Homens vislumbraram há mais de 100 anos. Antes tarde do que nunca ou "Melio tardi che mai", como se diz em italiano.

Despedimo-nos recentemente de Narciso Gobin (NG) e na última quinta-feira nos disse adeus Dovílio Ometto. Acredito que realizados porque suas obras ganharam importância global e eles tiveram tempo de assistir a isso. O setor vai de vento em popa, a tecnologia anciã se recicla e agências de fomento à pesquisa investem no desenvolvimento de novas tecnologias, como é o caso recente anunciado da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) com a Dedini do sr. Dovilio Ometto. Que seus exemplos contaminem as novas gerações e revelem novos empreendedores.