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Genéricos não ajudaram a baixar os preços dos remédios

Publicado em 19 julho 2006

Os preços dos medicamentos genéricos são, em média, 40% menores do que seus equivalentes. No caso específico das drogas para combater a hipertensão arterial, a diferença chega a 90%. Mas a diferença não tem levado à redução nos preços dos medicamentos de referência.
As conclusões são de trabalho da pesquisadora Fabiola Sulpino Vieira, do Centro Paulista de Economia da Saúde, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), a partir de uma análise comparativa dos preços de 135 remédios. As cotações foram obtidas entre janeiro de 2000 e junho de 2004.
"Em geral, os fabricantes não baixam os preços dos medicamentos de referência por considerarem que esses não sofrem concorrência por parte dos genéricos. Isso ocorre porque eles mesmos produzem os dois tipos de medicamentos, segmentando seu próprio mercado", disse Fabiola à Agência FAPESP.
A pesquisa em cima dos preços, obtidos em publicações voltadas para o setor farmacêutico, revela que em 1% dos casos os genéricos custavam mais caro do que seus equivalentes tradicionais.
Segundo Fabiola, os genéricos também sofrem dura concorrência de similares produzidos por outros laboratórios, o que explica a tendência de barateamento desse tipo de medicamento.
Outro ponto que chamou a atenção da pesquisadora é que os genéricos estão ficando mais baratos e os de referência mais caros. A diferença de preço entre os genéricos e os medicamentos de referência aumentou 68% durante os quatro anos de pesquisa.
Os medicamentos genéricos respondiam em maio de 2006 por 13,22% das unidades vendidas no país.