Um gel capaz de bloquear a contaminação do homem pelo amianto foi patenteado pelo Núcleo de Patenteamento e Licenciamento de Tecnologia (Nuplitec), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Como o amianto traz um grande risco à saúde, pesquisadores estudaram, desde 2001, uma saída para o problema, criando um produto que, ao ser aplicado nas paredes internas das minas, imobiliza as fibras do amianto e bloqueia a sua dispersão durante a extração.Ao fixar as fibras, o gel impede a inalação e, conseqüentemente, a contaminação dos trabalhadores pelo amianto, fibra mineral que, por sua alta resistência, durabilidade e flexibilidade, é amplamente utilizada nos setores de cimento, metalurgia, têxtil, químico e plástico. O coacervato, como é chamado o gel, é formado a partir de partículas de um polímero inorgânico de polifosfato de sódio e cloreto de cálcio. Sua aplicação é simples e de grande alcance social.Estima-se que existam no Brasil cerca de 200 mil trabalhadores ligados a indústrias que trabalham com o amianto, seja na comercialização, transporte ou extração do minério que, devido a sua periculosidade, já foi proibido em mais de 20 países e em quatro Estados brasileiros. Eles estão sujeitos a contrair, pela inalação das fibras e posterior localização delas no aparelho respiratório, doenças como a asbestose, doença crônica pulmonar de origem ocupacional, cânceres de pulmão é do trato gastrointestinal e um tumor maligno raro chamado mesotelioma.Para evitar problemas após a extração, nas fases de transporte e manipulação, quando as fibras já estão secas e podem se dispersar novamente, os pesquisadores desenvolverão um tratamento térmico em baixas temperaturas.
Notícia
Diário da Manhã (GO)