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Futuro da transmissão de vídeo (1 notícias)

Publicado em 27 de julho de 2009

Por Fernando Souza Filho

No próximo dia 30 de julho, durante o Festival de Linguagem Eletrônica, será realizada a transmissão em super-alta resolução do primeiro longa-metragem realizado neste formato no Brasil. A transmissão será toda coordenada por pesquisadores do Mackenzie, a partir do Laboratório de Fotônica da área de Engenharia Elétrica da Universidade. 

O filme alcança a resolução de 4K, cerca de 8 milhões de pixels, equivalente à definição da película. Por meio de redes de fibra ótica integradas ao mundo todo, a partir do laboratório do Mackenzie, o filme será transmitido em tempo real, sem nenhuma perda na qualidade da imagem, para os Estados Unidos e Japão. É a primeira transmissão de um longa-metragem deste porte já realizada no mundo.

Com resolução que é o dobro de um filme digital convencional, o longa-metragem Enquanto a Noite não Chega, dirigido por Beto Souza e Renato Falcão, será projetado no Brasil e transmitido em tempo real, sem nenhuma perda na qualidade da imagem, para as Universidades da Califórnia, nos Estado Unidos, e de Keio, no Japão.

“É a primeira transmissão deste porte já realizada no mundo”, afirma a professora Jane de Almeida, coordenadora dos cursos de mestrado e doutorado em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie, que pesquisam novas linguagens e estéticas a partir de meios de comunicação inovadores, entre eles o “cinema do futuro”.

Jane lidera os esforços brasileiros para que esta façanha tecnológica se concretize, ao lado de pesquisadores dos cursos de mestrado e doutorado em Engenharia Elétrica do Mackenzie, “área à qual pertence um dos laboratórios de fotônica mais avançados do Pais”, diz o professor Eunézio de Souza (Thoroh), coordenador do Laboratório de Fotônica do Mackenzie, que coordena a parte física da rede KyaTera para conexão a um complexo emaranhado de redes de fibras óticas interligadas ao redor do mundo. Participam ainda do Projeto pesquisadores da USP, Unicamp, RNP e ANSP, distribuídos em diversas áreas de atuação.

Para Thoroh, o desafio agora é massificar o acesso a esta tecnologia. “As imagens em superalta definição podem ser transmitidas ao vivo por causa das redes óticas que operam com taxas de 1 a 20 Gbps, praticamente restritas às universidades e instituições de pesquisa”, observa o pesquisador.

Um exemplo destas redes no Brasil é a plataforma KyaTera da FAPESP, que se conecta ao enlace internacional da ANSP (Advanced Network of São Paulo) e RNP (Rede Nacional de Pesquisa), o que permite acesso a quase todas as redes de pesquisa de altas taxas do mundo como, por exemplo, o GLIF (Global Lambda Integrated Facility).

“Pode-se assim realizar experimentos de forma colaborativa com grupos participantes destas redes. Um exemplo de futura aplicação seria a captura de imagens por telescópios do Observatório Gemini, no Havaí e no Chile, que poderão ser vistas por astrônomos brasileiros em tempo real por meio de um ciberobservatório para imagens de altíssima definição”, completa.

Agenda

- 30/07 – 19h – Projeção de filme Enquanto a noite não chega

- 31/07 – 10h – Debate por cine-conferência com Universidade de Keio (Japão) e a Universidade da Califórnia de San Diego (EUA)

Local: Teatro Popular do SESI – Paulista

Endereço: Av. Paulista, 1313, São Paulo (SP)