A Fundação Conrado Wessel anunciou na quinta-feira passada, dia 20, os nomes de cinco cientistas brasileiros escolhidos para receber o prêmio que leva o mesmo nome e já que vem sendo considerado por muitos como o "Nobel brasileiro".
Concedido desde 2002, o Prêmio Conrado Wessel — um industrial da área de papel fotográfico que morreu em 1993 e deixou em seu testamento uma dotação para projetos de apoio à ciência e à cultura — contempla em 2004 a médica endocrinologista Maria Inês Schmidt, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na categoria Medicina; o biólogo Philip Martin Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; o engenheiro agrônomo Jairo Vida Vieira, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária; o geólogo Dieter Carl Ernst Heino Muehe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro; e o físico e engenheiro de eletrônica Carlos Henrique de Brito Cruz, reitor da Unicamp. Também foi premiada a escritora Lya Luft, na categoria Literatura.
Um júri composto pela Academia Brasileira de Letras, CNPq, Capes, Fapesp e SBPC — além de representantes dos Ministérios da Cultura, Saúde, Agricultura, Meio Ambiente, Marinha e da Secretaria da Pesca — chegou aos nomes dos premiados após a análise de 118 indicações recebidas. O reitor Brito Cruz foi premiado na categoria "Ciência Geral", por suas pesquisas no campo da física experimental, mais especificamente na área de fenômenos ultra-rápidos. Na descrição dos premiados, a Fundação Conrado Wessel caracteriza Brito Cruz como "uma expressiva liderança científica no Brasil e um dos mais importantes pensadores sobre formulação de políticas científicas no país".
A Fundação Conrado Wessel, fundada em 1994, em São Paulo, é uma entidade sem fins lucrativos que apóia a arte, a ciência e a cultura. Filho de alemães, Conrado Wessel nasceu na Argentina em 16 de fevereiro de 1891. Transferiu-se para o Brasil ainda criança, com os pais, estudou fotografia em Viena e na Escola Politécnica de São Paulo, onde fez centenas de experiências com sais de prata que lhe permitiram aperfeiçoar o processo fotográfico existente na época. Em 1921 instalou a Fábrica Privilegiada de Papéis Fotográficos Wessel, mais tarde incorporada pela Kodak, que montou uma filial para abrigar a nova divisão no bairro de Santo Amaro, entregando sua direção ao próprio Wessel por 25 anos. Wessel morreu em maio de 1993, aos 102 anos.
Notícia
Jornal da Unicamp