CARLOS EDUARDO CANTUSID ABRAHAO CARMINO ANTÔNIO DE SOUZA
A epizootia de febre amarela e o risco de sua reurbanização apontam para um alerta máximo em termos sociais e ecossistêmicos.
No caso desta doença temos uma boa vacina, sendo mandatório ampliar a cobertura em todas as situações de vulnerabilidade sócioambiental, Nas demais arboviroses “especialmente dengue, não há mais dúvida na prioridade absoluta em se controlar a praga urbana que se expande avassaladoramente nas últimas décadas, especialmente pelo baixo impacto que vem se observando com o uso do “fumacê" (nome popularmente dado à nebulização urbana de venenos) e, ainda por ora, com as vacinas disponíveis, Temos grande esperança na vacina para dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, que está em vias de ser aprovada e utilizada em larga escala em futuro próximo, Neste sentido devemos enaltecer a importância, parabenizando governos do estado e municipais, com destaque para Campinas e seus meios de comunicação, ao empreenderem mobilização Fumacê e Arboviroses Susi e conscientização contínua das comunidades quanto à importância da erradicação dos criadouros (ovos) do Aedes aegypti.
O perfil evolutivo da crescente incidência de dengue nos últimos anos, incluindo óbitos, demonstra com toda a clareza que estamos perdendo a luta contra esse vetor que vem progressivamente se adaptando ao ambiente urbano, E nessa empreitada salientarmos reflexão sobre os imactos negativos dessa tecnoogia (ampla e contínua aspersão ambiental urbana de diferentes inseticidas e agrotóxicos empreendida pela saúde pública), mesmo com a modificação dos produtos e equipamentos utilizado são longo do tempo, por sua evidente ineficácia, contribuinão, talvez, parades controle da praga.
Essa aplicação deve ser reavaliada e, possívelmente, descontinuada por diversos e diferentes motivos.
Fumacê é uma tecnologia =, dd E “sanitária” ultrapassada, ineficaz edispendiosa, que opera na lógica da"guerra química” de combate - e não controle - do vetor.
uma ilusão do senso comum e das autoridades em saúde que a prestigiam, de que essas amplas e repetidas aplicações de venenos tenha trazido benefícios no controle de dengue, zika e chikungunya, sendo negligenciados seus possíveis malefícios.
3 aptaçãodo "tigre asiático"(Aedes aegypti) vem, paradoxalmente ao senso comum, sendo estimulada pela aplicação dos venenos, dado que é notório o fenômeno do desenvolvimento de sua resistência às diferentes formulações que vem sendo usadas, fazendo com que comadores princípios ativos aspergidos, fato divulgado como uma “novidade”, o que na verdade pode ser entendido como um fraçasso.
E uma ilusão também o pensamento de que essas aspersões ambientais abateriam significativos contingentes de mosquitos adultos, pois encontramos neste um inseto muito ágil ao fugir vivo - porque resistente - à nuvem tóxica, o que, quando infectado, promove a dispersão da epidemia para bairros até então indenes.
Essas amplas aplicações químicas não só não controlam o vetor dessas arboviroses, como abatem outras populações de insetos mais sensíveis, produzindo um desequilíbrio ecológico que não é identificado nem mensurado, como é o caso das abelhas e outros polinizadores que são dizimados, promovendo desequilíbrio sócioambiental.
A população de aves e animais domésticos também é afetada, Outro fato grave que vem passando de forma invisível são os possíveis efeitos nocivos sobre a população humana: por óbvio que os aplicadores devam estar paramentados com equipamentos de proteção individual, porém não se identifica nem se investiga os potenciais efeitos nocivos à saúde humana exposta de forma desprotegida, especialmente os mais vulneráveis, tais como gestantes, lactentes e crianças, adultos sensíveis, especialmente a população idosa.
Não se identifica nem se correlaciona essas amplas aplicações de venenos que vão sendo substituídos pelo fenômeno da resistência, com doenças e agravos como mal formações congênitas (e mortalidade infantil), desenvolvimento de alergias respiratórias e neoplasias, especialmente leucemias e agressões pulmonares, na infância e em idosos, as quais passam completamente negligenciadas nas suas possíveis correlações com essa exposição.
Concluímos exortando a máxima eliminação sistemática de ovos e criadouros, não para combate à praga, pois neste caso o inimigo tem saído vencedor, mas para seu efetivo controle.
médico generalssta e sanitarista EE Carmi professor titular de hematobogia,