A perda/evasão de bons cientistas brasileiros para o mercado internacional está em um momento crítico. Este movimento de saída de conhecimento intelectual (cientista de excelência) ocorre num momento em que a ciência é questionada e até sofre ataques por uma onda negacionista. Não há dados oficiais sobre esta “fuga”, porque os jovens doutores que deixam o país o fazem com bolsas das universidades ou centros de pesquisa do exterior que os contratam, e não das instituições brasileiras, como a Capes ou o CNPq.
No entanto, o Instituto Serrapilheira, primeira instituição privada, sem fins lucrativos, de fomento à ciência no Brasil está enfrentando os maiores sobressaltos de sua história. No último ano, cinco desses cientistas comunicaram sua saída, mesmo com financiamentos garantidos. Entre eles estão Pedro Camargo, Cecilia Salgado, Leandro Aolita, Matias Delgadino, Edgard Pimentel, todos Doutores recentes e resolveram deixar o país em busca de melhores oportunidades para desenvolver seu trabalho em um ambiente mais favorável para a ciência.
Pedro Camargo, então professor de química na Universidade de São Paulo, anunciou que recebera um convite para assumir uma posição na Universidade de Helsinque, na Finlândia. Já professora de matemática na UFRJ Cecília Salgado, mudou-se com a família para a Holanda em fevereiro de 2021, para trabalhar na Universidade de Groningen.
Eles seguem uma tendência, não registrada nas estatísticas oficiais, mas que aparece nos muitos relatos de migração de talentos para outros países que vem aumentando, assim como a procura por editais da área vem diminuindo, como no caso da Fapesp, que teve uma queda de 30% na procura dos seus mecanismos de incentivo.
Apoio a cientistas
No intuito de fomentar uma cultura de ciência no país, o Instituto Serrapilheira atua em duas frentes: Ciência e Divulgação Científica. Desde 2018, o Instituto já investiu mais de R$ 40 milhões em projetos e, assim, mantém seus esforços no fomento à pesquisa e ciência no país, promovendo e criando uma geração de jovens cientistas brasileiros altamente qualificados.
Estima-se que são necessários 10 anos de estudo para um profissional ter todos os requisitos necessários para iniciar pesquisas ou avançar junto às grandes instituições de fomento à pesquisa. Até hoje, o Instituto Serrapilheira já apoiou mais de 120 pesquisadores e está em mais de 50 projetos de divulgação científica.
Sugestão de porta-vozes: Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira e Cristina Caldas, diretora de ciência do Instituto Serrapilheira
Sugestão de personagens (cientistas):
- Pedro Camargo: mudou-se para a Finlândia
- Cecilia Salgado: mudou-se para a Holanda
- Leandro Aolita: mudou-se para Emirados Arabes
- Matias Delgadino: mudou-se para os Estados Unidos
- Edgard Pimentel: mudou-se para Coimbra