"O fruto, semente ou amêndoa de uma espécie vegetal, que pode ser consumido como alimento natural ou processado durante ou após as refeições, seja cozido, torrado ou como tempero." A caracterização de Luiz Carlos Donadio, professor aposentado da Universidade Estadual Paulista (Unesp), serviu de ponto de partida para a seleção das principais espécies de frutos encontradas no mundo.
O trabalho, que começou há mais de 30 anos com a formação do banco de germoplasma (conjunto de genótipos) da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp, em Jaboticabal (SP), resultou no Dicionário das frutas, que acaba de ser lançado e reúne 750 espécies frutíferas, nativas e exóticas, de 80 famílias.
"O objetivo é mostrar, de maneira sucinta, a importância econômica e nutricional das principais espécies frutíferas de todos os continentes, principalmente as do americano, asiático e africano", disse Donadio à Agência FAPESP.
"A existência de inúmeras espécies vegetais, a diversidade de ocorrência nos diversos ecossistemas e o interesse que os frutos de suas plantas despertam são fatores que justificam a elaboração do dicionário. Calcula-se que existam pelo menos 2 mil frutas", apontou o autor.
Segundo Donadio, a obra fornece os nomes popular e científico e a família de cada fruto, sinônimos e equivalentes em outras línguas (inglês, francês e espanhol), as principais características do fruto, da planta, das folhas e das flores, local de origem, áreas ecológicas que melhor se adaptam, formas de utilização e valor nutricional.
Das 300 páginas do livro, 24 reúnem fotos coloridas para facilitar a identificação. "São mais de 200 imagens que ilustram as espécies mais consumidas em todo o mundo", explica Donadio, que atualmente é pesquisador da Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro, no interior paulista. Um glossário dos termos utilizados para descrever cada fruta também pode ser consultado.
Um dos destaques do dicionário é a Physalis angulata, considerada boa alternativa para o pequeno e médio produtor brasileiro por conter alto teor de vitaminas A e C, fósforo e ferro. Popularmente conhecida como camapum ou juá, ela é originária da Colômbia, único país que atualmente a explora comercialmente.
Mais informações sobre o livro: maritf@fcav.unesp.br ou telefone (16) 3209-2692.
Fonte: Agência Fapesp