Em uma tarde chuvosa final dos anos 80, uma mulher saía do carro para abrir o portão quando um raio atingiu caiu na Avenida Antonio Pinheiro Junior, próximo dela. A poça de água, e havia um fio solto na poça d’água que, como elemento condutor, causou sua morte instantânea, eletrocutada. O filho Moisés estava no carro e lembra-se até hoje daquela tarde.
Em São José dos Campos, José Vicente Moreira, funcionário aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) voltava do trabalho para casa de bicicleta, em uma tarde chuvosa em São José dos Campos, no início dos anos 1990, quando um raio caiu sobre uma árvore. Em seguida, o raio atingiu uma cerca elétrica e, depois, foi na direção de Moreira. A faísca elétrica partiu ao meio a bicicleta e a jogou a uns dez metros de distância.
Filmes sobre raios
Moreira hoje tem pinos e placas de metal em uma das pernas - onde diz sentir dor em dias frios. A contrapartida do destino são duas filhas e um neto, resultados do casamento com a mulher que o socorreu, que ele chama carinhosamente de "os descendentes do raio".
Esses são personagens reais que tiveram suas vidas transformadas por descargas elétricas. Moreira e sua família estão retratados no filme Fragmentos de Paixão, que tem estreia prevista para o dia 11 de outubro nos cinemas da rede Cinemark nas cidades de São Paulo, São José dos Campos, Rio de Janeiro, Porto Alegre (RJ) e Manaus (AM).
“Existem alguns documentários sobre raios produzidos em países como os Estados Unidos, mas ainda não havia nenhum feito no Brasil, que é o campeão mundial de ocorrência desse fenômeno”, disse a diretora e roteirista do filme, a jornalista Iara Cardoso.
O filme foi produzido pelo Instituto Nacional de Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do INPE e conta com imagens de raios capturadas por meio de câmeras de alta velocidade. Essas câmeras conseguem registrar até 4 mil quadros (frames) por segundo –, utilizadas em um Projeto Temático apoiado pela FAPESP. É o primeiro longa-metragem brasileiro sobre o fenômeno meteorológico.