Em reunião online nesta segunda-feira (29), a Federação Paulista de Futebol (FPF), os 16 clubes da série principal do Paulistão, os Sindicatos dos Atletas, dos Árbitros e dos Treinadores apresentaram, em nota oficial, um protocolo ainda mais rigoroso para tentar evitar os riscos de transmissão do novo coronavírus (covid 19). 0 modelo prevê a organização de ambientes controlados, em que os clubes ficarão isolados em centros de treinamento ou hotéis, se deslocando apenas para os jogos. O documento cita ainda maior frequência de testagens, redução de efetivo de pessoas nos jogos, entre outras medidas.
A FPF explica que o novo protocolo será submetido ao Ministério Público e ao Governo do Estado de São Paulo. Devido à alta da pandemia, os jogos de futebol estão proibidos desde o dia 15 de março. Na sexta-feira (26), o governo paulista prorrogou a suspensão do Paulistão até o dia 11 de abril.
“Os clubes e a FPF ressaltam que este cenário com a renovação da fase emergencial gera um enorme retrocesso no controle de saúde dos atletas e comissões técnicas, além de um enorme prejuízo técnico ”, explica a nota da Federação, que espera conseguir autorização das autoridades para realizar jogos até 11 de abril.
O aprimorado protocolo foi realizado pelo Comitê Médico da FPF, em conjunto com médicos dos 16 clubes da série principal do Campeonato Paulista.
Infecções por Covid no futebol paulista se assemelha ao de profissionais da linha de frente
Uma pesquisa coordenada pela USP (Universidade de São Paulo) aponta que o índice de infecções pelo vírus causador da Covid-19 em atletas de torneios da Federação Paulista de Futebol na temporada passada é semelhante ao de profissionais de saúde que atuam na linha de frente de combate à pandemia.
O estudo, que é assinado também pelo presidente da Comissão Médica da FPF, Moisés Cohen, demonstra que 11,7% dos jogadores testados tiveram diagnósticos positivos para a doença. Entre as equipes de apoio (comissão técnica, dirigentes, funcionários, etc), o índice é de 7%.
Os dados foram divulgados pela Agência Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
– É uma taxa de ataque bem superior à observada em outros países. Na liga dinamarquesa de futebol, por exemplo, foram quatro resultados positivos entre 748 atletas testados [0,5%]. Na Bundesliga [da Alemanha], foram oito casos entre 1.702 jogadores [0,6%] – afirmou Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da USP e coordenador da pesquisa.