Um álbum com cerca de 60 fotos raras de São Paulo produzidas pelo fotógrafo Militão Augusto de Azevedo, entre 1862 e 1887, desapareceu do acervo do Arquivo do Estado de São Paulo. O problema será levado à polícia amanhã, caso os funcionários do órgão não o encontrem. Os funcionários devem trabalhar nas buscas durante todo o fim de semana.
O Álbum Comparativo de Vistas da Cidade de São Paulo é um dos mais importantes registros fotográficos da São Paulo do século 19 e passou recentemente por um trabalho de restauração, financiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa distado de São Paulo Fapesp diretor do Arquivo, o historiador Fausto Couto Sobrinho, foi informado no início da semana do desaparecimento e deu prazo do cinco dias, à partir do quarta-feira, para as buscas. Uma sindicância interna já foi instaurada e as ccims gravadas polo sistema de câmeras do Arquivo estão sob análise.
Sobrinho diz que o material pode ter sido colocado por engano em outro departamento. Segundo ele, nos últimos meses houve uma grande movimentação do setor iconográfico do Arquivo para o atendimento de pedidos, particularmente por jornalistas que procuravam imagens antigas da cidade motivadas pela restauração do prédio onde funcionou o Dops.
"Pode ter ido para outro setor, para a biblioteca talvez", diz Sobrinho. O prédio do Arquivo, localizado na Avenida Voluntários da Pátria, em Santana, tem 11 mil m2 e abriga milhões de documentos.
O diretor do órgão pediu um relatório sobre as buscas para amanhã. "Se não for encontrado, vou começar a considerar seriamente a possibilidade de furto. Vou fazer; um boletim de ocorrência e pedir1 uma investigação à polícia."
'O ÁLBUM NÃO É UM MATERIAL COMERCIALIZÁVEL'
O álbum não tem valor de mercado e não é vendável porque, segundo Sobrinho, os colecionadores exigem a procedência da peça. "Não é um material comercializável Ê um material que só tem sentido em instituições públicas", acrescenta a diretora do Museu Paulista Raquel Glezer, que coordenou o projeto de restauro do álbum. Em São Paulo, segundo ela, outras duas instituições - a Biblioteca Municipal Mário de Andrade e o próprio museu - possuem exemplares com as reproduções das fotos. Os negativos estão no museu e o Arquivo já havia digitalizado as imagens do álbum.
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Jornal da Tarde