O fóssil de uma preguiça gigante foi encontrado em uma das maiores cavernas da Amazônia, localizada na cidade de Aveiro, no Pará. A descoberta indica de que o animal viveu mais tempo do que se sabia, chegando até a Era do Gelo.
O que se tinha conhecimento é de que as preguiças gigantes viveram na Amazônia durante o período Mioceno, entre 23 e 5 milhões de anos atrás. Com a vértebra encontrada, agora existe a possibilidade de que a espécie tenha sobrevivido por mais tempo.
Para definir a classificação do animal, o fóssil passará por um teste de DNA, a fim de determinar a sua idade, no Laboratório de Arqueologia e Antropologia Ambiental e Evolutiva da Universidade de São Paulo (USP).
O achado foi realizado na caverna Paraíso, a maior da Amazônia, que possui mais de 7 mil quilômetros de extensão e ainda não foi completamente mapeada pelos cientistas.
As escavações, que começaram em setembro de 2022, foram feitas em um local que chamou a atenção por não possuir mais nenhum fóssil e ser classificado como “local de ocorrência”, sem expectativas de ser um sítio paleontológico.
Um dos cientistas envolvidos na escavação disse que encontrar o fóssil nessas condições é como “ganhar na quina (de seis números)”, pois a região parece não ser favorável à preservação de fósseis e a circulação hidráulica desgasta e fragmenta os esqueletos.
A descoberta foi feita pelo grupo de cientistas pertencentes ao projeto “Métodos arqueológicos de escavação aplicados a depósitos paleontológicos em cavernas do Pará”, financiado pela Fundação Amazônica de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Além da caverna, os pesquisadores fazem o mapeamento das regiões próximas e varreduras visuais nos pisos, paredes e tetos. Devido à elas, foi possível identificar que a rocha da caverna contém fósseis, algo considerado raro no Brasil. Os fósseis pertencem a invertebrados marinhos, como corais e moluscos, do período carbonífero (de 350 a 300 milhões de anos atrás).