Um fóssil intrigante de formiga infernal, datado da era Cretácea, foi descoberto em Myanmar, capturando um inseto entre suas mandíbulas e um chifre.
Esta descoberta não só revela um vislumbre fascinante do passado antigo, mas também representa a primeira evidência de formigas infernais no megacontinente Gondwana, no hemisfério sul pré-histórico.
Formigas infernais no antigo gondwana A descoberta deste fóssil é particularmente significativa porque amplia o entendimento sobre a distribuição geográfica das formigas infernais. Até então, os fósseis mais antigos dessas formigas haviam sido encontrados em Myanmar, conservados em âmbar, com aproximadamente 100 milhões de anos. Outros fósseis semelhantes foram desenterrados no Canadá e na França, áreas que faziam parte do megacontinente do hemisfério norte, Laurasia.
Segundo o pesquisador Lepeco, a diversidade de formas e nichos que as formigas ocuparam em sua história inicial é notável. Elas não apenas se diversificaram rapidamente, mas também demonstraram uma incrível capacidade de migração e adaptação a diferentes continentes, espalhando-se por todo o globo.
Segundo o entomologista Anderson Lepeco, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo e autor principal do estudo publicado nesta semana na revista Current Biology, a aparência do inseto poderia facilmente ser confundida com a de uma vespa por olhos não treinados. Lepeco também explicou que essas formigas provavelmente utilizavam suas mandíbulas para manipular suas presas de maneira específica.