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Jornal do Brasil

Fonte de verba compromete pesquisa (1 notícias)

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Por GARY LEE - The Washington Post
Órgão americano alerta que cientistas ganhariam para desmentir efeito estufa WASHINGTON - Uma organização ambientalista denunciou nesta semana que três pesquisadores, que criticam as evidências científicas do efeito estufa, estão recebendo centenas de milhares de dólares das indústrias de petróleo e carvão. As acusações foram feitas em um documento divulgado pela Ozone Action, uma instituição de Washington que faz campanha pela qualidade do ar e contra o aquecimento global. Ainda segundo a Ozone Action, um dos cientistas também teria as pesquisas financiadas regularmente pelo governo do Kuwait, um dos principais países produtores de petróleo. Dois dos pesquisadores, Robert Balling, da Universidade Estadual do Arizona e Patrick Michaels, da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, informaram ter recebido fundos para pesquisas da indústria energética. Mas ambos rejeitaram a acusação de que esse tipo de financiamento influenciasse suas descobertas para favorecer a posição das indústrias. O terceiro pesquisador, Sherwood Idso de Phoenix, não foi encontrado para comentar as acusações. Aquecimento - Os pesquisadores, freqüentemente convidados para dar sua opinião para painéis governamentais e outros eventos públicos, têm questiona-dó se o aquecimento global está acontecendo de fato. Eles também têm sugerido que, se o fenômeno é real, ele pode ser causado por fatores naturais e não pela queima de combustíveis fósseis ou outra atividade humana. Balling, diretor do Programa de Climatologia da Universidade do Arizona, teria recebido cerca de US$ 350 mil do Kuwait e da indústria do petróleo e do carvão, segundo a Ozone Action. Grande parte desses fundos viria da Cyprus Minerais, organização sediada no Arizona e composta por várias companhias de petróleo e carvão. Parte da verba seria proveniente da Fundação para o Avanço da Ciência do Kuwait, instituição governamental. Ganhos - Idso, que já trabalhou com Balling, teria ganho quantia igualmente elevada da indústria energética, afirma a Ozone Action. Michaels, professor da Universidade de Virgínia teria recebido mais de US$ 200 mil da indústria do petróleo e do carvão, inclusive através da Associação de Combustíveis Wester, órgão que, segundo a Ozone Action, representa interesses das grandes empresas do setor energético. Michaels e Balling confirmaram as fontes de seus fundos de pesquisa diante da Corte de Minnesota, no ano passado. Os dois pesquisadores foram convidados, há duas semanas, por legisladores do Partido Republicano para colaborar com o Comitê de Ciência da Câmara, que pretende cortar em 40% os financiamentos federais para um programa sobre mudanças climáticas. "A origem da verba para essas pesquisas ajuda a entender como a indústria é capaz de criar confusão no senso geral de que o aquecimento global é um problema é que alguma coisa precisa ser feita", diz John Passacantando, diretor-executivo do Ozone Action. Michaels confirma que parte dos estudos sobre mudanças climáticas que coordena na Universidade de Virgínia é financiada por bolsas da indústria energética. CASA ECOLÓGICA SE ORIENTA PELA LUZ SALVADOR PANE BARUJA - Especial para o JB BERLIM - Atrás de novos conceitos, o arquiteto alemão Rolf Disch decidiu aplicar um princípio do reino vegetal à construção de casas ecológicas. Ele foi 'buscar no movimento do girassol a idéia para lançar a casa que muda de lado conforme a estação do ano, para acompanhar a maior incidência de luz solar. Um maior equilíbrio entre a energia utilizada para construir e manter uma casa e a gasta na própria casa é um dos objetivos básicos de Disch. Mas sem sacrifícios desnecessários. "Uma construção ecológica, poupadora de energia e com base na energia solar não significa desconforto, ao contrário", promete. Partindo da localização geográfica da Alemanha - no hemisfério norte - , a casa redonda está orientada para o sul, pois é desse lado que vem a maior parte da energia solar ao longo do ano. Em contrapartida, evita-se o lado norte, de onde vem o frio polar. Assim, as os cômodos onde as pessoas permanecem mais tempo - salas, dormitórios e varandas - foram projetados para o sul. Nelas predominam amplas janelas, com o propósito de captar, o maior volume possível de calor e luz natural. Frio - Os outros cômodos da casa, dirigidos para o norte, contam com janelas menores, e proteções adicionais para minimizar a absorção do frio do ambiente exterior e, ao mesmo tempo, a perda do calor acumulado no interior. Mas o ponto fundamental do projeto é que a casa está assentada sobre uma coluna, dotada de um motor que faz a casa girar conforme as necessidades de luz e calor. Assim, no inverno, vive-se em busca de mais calor e luz. Por isso, os cômodos principais ficam virados para o Sul. No verão exige-se mais sombra e os mesmos cômodos passam a apontar para o Norte. Através de recursos arquitetônicos, Disch procura compensar a distribuição sazonal de luz solar e calor. Disch foi buscar na nova tecnologia de proteção ambiental os elementos para não desperdiçar calor no inverno. Por exemplo, as janelas comuns, com vidros duplos especiais que isolam o ambiente externo do interno, e as paredes da casa contam com uma camada de material isolante de 20 a 30 centímetros de espessura. Toldos - O calor do verão pode ser atenuado por meio de tradicionais toldos inclinados, mas também colocados diretamente em frente às janelas. Para atingir o objetivo de buscar, no mínimo, equilíbrio entre geração e demanda de energia na própria casa, Disch apóia-se no uso da energia solar. No teto, poderosos coletores solares também acompanham o movimento do sol e um sistema transforma diretamente a luz em calor. Com esse sistema, consegue-se aquecer mais água no inverno com menor consumo de energia e, no verão, o aquecimento elétrico é praticamente eliminado. Disch também se ocupa com a questão central dos países de clima temperado: o aquecimento de ambientes interiores. No lugar dos convencionais pequenos aquecedores a gás ou elétricos, ele dá preferência a aquecedores maiores, alimentados com energia solar e que funcionam a temperaturas mais baixas, pois as superfícies a serem aquecidas são maiores. Mas ainda assim, utiliza no projeto o sistema tradicional de aquecimento a gás natural encanado. Na cozinha, o gás natural substitui a energia elétrica no fogão, mas a máquina de lavar roupa e o lava-pratos são alimentados com energia solar. O material de construção ocupa ainda a atenção do arquiteto alemão. A regra geral é usar o menor volume possível de materiais inorgânicos.