Estudo realizado por pesquisadores brasileiros mostra que a insegurança alimentar é um agravante para o desenvolvimento de sintomas da doença
Vulnerabilidade social, escolaridade e cor de pele da mãe também tem relação com a doença Roberto Schmidt/AFP/VEJAA insegurança alimentar contribui, em muito, para uma criança apresentar sintomas da Covid-19. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores brasileiros publicado nesta segunda-feira (18/07) na revista
“Entre as crianças com evidências sorológicas de infecção anterior por SARS-CoV-2, aquelas cujos domicílios passaram fome no mês anterior às entrevistas apresentaram chance de ter Covid-19 76% maior quando comparadas com crianças que não tinham sido expostas à insegurança alimentar”, conta Marly Augusto Cardoso, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e coordenadora do estudo.
Por André Julião, Agência FAPESP 19 jul 2022, 10h01 Vulnerabilidade social, escolaridade e cor de pele da mãe também tem relação com a doença Roberto Schmidt/AFP/VEJA Publicidade Publicidade A insegurança alimentar contribui, em muito, para uma criança apresentar sintomas da Covid-19..Apoie Siga-nos no Sem citar diretamente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta segunda-feira o conjunto de medidas que criam e ampliam os benefícios sociais a menos de três meses das eleições.Sem citar diretamente a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Eleitoral, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu nesta segunda-feira o conjunto de medidas que criam e ampliam os benefícios sociais a menos de três meses das eleições.
A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores brasileiros publicado nesta segunda-feira (18/07) na revista PLOS Neglected Tropical Diseases. Os resultados foram obtidos no âmbito do “Estudo MINA – materno-infantil no Acre: coorte de nascimentos da Amazônia ocidental brasileira”, realizado desde 2015 no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, com apoio da FAPESP. “Entre as crianças com evidências sorológicas de infecção anterior por SARS-CoV-2, aquelas cujos domicílios passaram fome no mês anterior às entrevistas apresentaram chance de ter Covid-19 76% maior quando comparadas com crianças que não tinham sido expostas à insegurança alimentar”, conta Marly Augusto Cardoso, professora da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) e coordenadora do estudo. Então deixa a pessoa morrer de fome? Eleição não tem nada a ver com as transferências de renda que nós temos e nós já tínhamos feito com a ocasião da doença e fizemos agora com a ocasião da guerra – afirmou o ministro, durante a posse do novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta segunda-feira. Em duas ocasiões, primeiro em janeiro e depois em junho e julho de 2021, foram realizados testes de anticorpos para o SARS-CoV-2 em 660 das 1.246 crianças nascidas em 2015 ou 2016 inicialmente acompanhadas pelo estudo, além de entrevistas com as mães ou cuidadores. As pessoas estão cozinhando em fogão a lenha e aí, quando você faz a transferência de renda, que é a medida correta para quem tá comendo a lenha voltar a usar o botijão de gás, para quem tá comendo a lenha voltar a poder comprar bens no supermercado, é eleitoreiro, eleitoreiro.
Os pesquisadores perguntaram sobre a presença de sintomas da Covid-19 nas crianças, como tosse, dificuldade para respirar e perda de paladar e olfato. Para o ministro da Economia, o Brasil está dessincronizado do resto do mundo e uma sucessão de erros vem sendo cometida sobre o prognóstico para o crescimento econômico brasileiro. Um questionário definiu ainda ocorrência de insegurança alimentar domiciliar, que indica se a família havia passado fome no mês anterior. “Normalmente, os adultos priorizam a alimentação das crianças, podendo passar fome para poder alimentar os filhos. Se a criança da casa passou fome é sinal de uma situação muito difícil para a família toda”, explica a pesquisadora. É completamente diferente do Brasil. Mais da metade dos domicílios dos participantes (54%) foi caracterizada em estado de insegurança alimentar. Segundo Guedes, o Brasil está mais bem posicionado para enfrentar o cenário adverso da economia no exterior que, segundo ele, estaria passando por um cenário de estagflação.
Entre esses, 9,3% reportaram sintomas de Covid-19 em comparação a 4,9% de crianças cujas famílias não relataram insegurança alimentar, o que mostra uma vulnerabilidade 76% maior desse grupo à manifestação clínica da infecção por SARS-CoV-2. A maior ocorrência de infecção mostrou relação ainda com piores condições de moradia, além de menor escolaridade e cor da pele das mães, a maioria não branca. Guedes destacou o fato de o Banco Central (BC) ter se antecipado no processo de aperto monetário em relação ao que tem sido feito nas economias desenvolvidas, que só passaram a aumentar os juros neste ano. No total, 297 crianças (45%) tiveram anticorpos para SARS-CoV-2 detectados. Dessas, apenas 11 (3,7%) haviam realizado testes para confirmação da Covid-19 antes do estudo e 48 (16,2%) tiveram sintomas como tosse, dificuldades respiratórias e perda de olfato e paladar. Entre as mais pobres, a presença de sintomas foi maior. Preveem que o Brasil não vai crescer e o Brasil volta em V, como dissemos que iria voltar – disse o ministro, destacando que os erros de previsão ocorrem por um pouco de “militância” e de “despreparo”. Guedes destacou o fato de o Banco Central (BC) ter se antecipado no processo de aperto monetário em relação ao que tem sido feito nas economias desenvolvidas, que só passaram a aumentar os juros neste ano.
Subnotificação “Existem estudos mostrando que o status socioeconômico e a nutrição influenciam uma maior ocorrência de doenças infecciosas. Não há dados suficientes ainda para a Covid-19, mas tanto no nosso estudo como em pesquisas realizadas em outros países há evidência de que essa correlação também existe”, diz Cardoso. Continua após a publicidade O grupo da pesquisadora atualmente analisa amostras da microbiota intestinal de participantes do estudo a fim de fazer correlações entre a alimentação e a ocorrência de doenças, incluindo a Covid-19. – Não há como não crescer, o Brasil está condenado a crescer. Ainda que quase metade das crianças tenha apresentado anticorpos para o SARS-CoV-2, só 5% das mães reportaram um episódio anterior de Covid-19 nos filhos, sugerindo que oito em cada nove infecções ficaram sem diagnóstico e, portanto, não foram notificadas. Essa subnotificação, alertam os pesquisadores, tem consequências para a saúde pública, como a falsa percepção de que as crianças são menos suscetíveis à doença. Segundo o ministro, as previsões negativas sobre a economia brasileira têm relação com questões políticas e de desinformação, pois os dados indicam outra direção.
Em outros contextos, por exemplo, a menor ocorrência de quadro clínico da Covid-19 em crianças foi uma justificativa para os pais adiarem ou mesmo recusarem a vacinação dos filhos em idade para serem vacinados. Os dados reais são renda e emprego para cima, inflação e desemprego para baixo – disse o ministro. O fato de serem em grande parte assintomáticas, porém, faz com que crianças e adolescentes sejam transmissores para o resto da família, incluindo pessoas mais suscetíveis a quadros graves, como idosos e pessoas com comorbidades. No estudo publicado agora, a maioria das crianças infectadas teve parentes com quadros de Covid-19, principalmente as mães. Quando não era a progenitora, pai, irmãos, avós ou vizinhos haviam apresentado sintomas da doença. Guedes ainda afirmou que o Brasil está “saindo do caminho da miséria” enquanto “outras economias estão tentando chegar, vizinhos nossos aqui”. Em quadros de insegurança alimentar ou quando a mãe era não branca (negra, parda ou indígena), houve maior prevalência da manifestação clínica da doença. Embora as expectativas para o PIB tenham sido revistas pelos bancos, as instituições já esperam crescimento próximo de zero em 2023, com uma deterioração do cenário, pressionado por aumento de juros e de gastos.
Uma limitação do estudo foi o fato de os participantes desse segmento do MINA que estudou a prevalência do SARS-CoV-2 viverem na área urbana ou em áreas rurais acessíveis. Os pesquisadores acreditam que em localidades mais distantes, com menos acesso a serviços de saúde, é possível que a situação seja ainda pior. – Nós somos amistosos, somos amigáveis e estamos muito perto do Ocidente. “Na área rural distante é difícil continuar o acompanhamento e perdemos o contato com muitos dos participantes. Isso ocorre também com os mais pobres, mais difíceis de serem localizados porque mudam muito de endereço e mesmo de região. Perdemos contato com mais de 300 crianças ao longo de cinco anos de acompanhamento”, narra Cardoso. Vai ser a grande nação que vai receber esses investimentos no futuro em uma industrialização diferente. - Nós somos amistosos, somos amigáveis e estamos muito perto do Ocidente.
Um dado que chamou a atenção ainda foi a menor manifestação de sintomas nas crianças filhas de mães com mais de 12 anos de escolaridade. A manifestação da Covid-19 foi maior à medida que diminuía o número de anos de educação formal das progenitoras. “É importante ressaltar que as crianças das famílias mais pobres e aquelas com mães menos instruídas foram significativamente mais propensas a serem soropositivas para o SARS-CoV-2. Isso reflete uma condição socioeconômica melhor do que daquelas que estudaram mais tempo e também um maior acesso a informações e a alternativas de sobrevivência, que se refletem em melhor assistência à saúde dos filhos”, afirma a pesquisadora. “Observamos isso também nos estudos que realizamos sobre malária, desenvolvimento infantil e estado nutricional.
Investir na educação das mães também tem impacto na qualidade de vida das crianças”, encerra. Continua após a publicidade .