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Foco de usineiro se volta para as novas tecnologias para álcool (1 notícias)

Publicado em 13 de julho de 2004

Focar os investimentos no aumento da produtividade da cana-de-açúcar até 2010 para atender à estimativa de aumento no número de veículos bicombustíveis. Estima-se que até lá, essa versão responda por 70% da frota total, que hoje é de 20 milhões de veículos. Esse é o objetivo do setor sucroalcooleiro nas áreas de tecnologia e pesquisa, segundo profissionais da área. Dentro dessa filosofia, começa hoje em Piracicaba (SP), o Simpósio Internacional e Mostra de Tecnologia da Agroindústria Sucroalcooleira (Simtec) que contará com a participação de 140 expositores apresentando novidades e tendências para o setor. Segundo o coordenador. José de Jesus Vaz, o número de expositores cresceu 91% em relação à edição anterior. A expectativa é que cerca de R$ 200 milhões em negócios sejam gerados durante o simpósio, que deve atrair 12 mil visitantes. Para se ter uma idéia do interesse do setor nas novas tecnologias para o álcool, dos 23 painéis do Simtec sete serão dedicados a temas relacionados à produção do combustível, além de biodiesel. No caso do açúcar, os investimentos deram certo. Em dez anos, o índice de Açúcar Total Recuperado (ATR) avançou 48% e passou de ate 100 quilos por tonelada de cana para os atuais 148kg/ton. Segundo o pesquisador do Instituto de Economia Agrícola (IEA). Nelson Martin, esse crescimento se deve principalmente ao lançamento de novas variedades que garantem produtividade ao longo da safra. Baseado nisso, o Centro de Cana-de-Açúcar da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta), já trabalha no melhoramento genético e na criação de variedades. Em maio deste ano, foram lançadas quatro novas cultivares. "A criação de variedades é a pedra fundamental para o desenvolvimento do setor. Cada uma dessas que criamos possui características especiais, como período de colheita e adaptabilidade a solo e clima específicos", explica o pesquisador científico do Centro. Pery Figueiredo. Outra linha de pesquisa importante para o setor é a do Genoma Cana, financiado pelo Fundo de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Iniciado em 1988, o projeto identificou 50 mil genes da cana. "O seqüenciamento encerrado em 2001 vai dar suporte para que o setor tenha condições de crescer e manter a competitividade", afirma o professor titular da Unicamp e coordenador do projeto. Paulo Arruda. Novos projetos Além dos já em andamento, há ainda novos projetos. A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) será parceira das atividades de pesquisa do recém-criado Centro de Tecnologia Canavieira (CTC). A parceria foi firmada no fim de junho e tem por objetivo trabalhar de forma integrada com instituições de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do setor. O Centro de Tecnologia Canavieira substitui o antigo Centro de Tecnologia Copersucar. A cooperativa, que conta com 32 associados, decidiu abrir o CTC a todas as usinas, destilarias e produtores de cana do país. Até a assembléia de formação, o novo centro já tinha recebido adesões de R$ 25,5 milhões, entre produtores e empresários. Márcio Rodrigues