A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou uma solicitação ao Ministério da Saúde para a produção de uma vacina contra a dengue no Brasil. Caso o pedido seja aceito, a Fiocruz irá desenvolver a vacina Qdenga, da empresa japonesa Takeda, por meio de um acordo de transferência de tecnologia na modalidade Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP).
Tanto a Takeda quanto a Fiocruz confirmaram as informações, com a instituição brasileira afirmando que poderá fornecer mais detalhes sobre o processo após a avaliação da proposta encaminhada.
O Ministério da Saúde já havia informado anteriormente que adquiriu quatro milhões de doses da vacina do laboratório japonês em 2024 e que para o próximo ano já tinha contrato para a distribuição de nove milhões de doses.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2024 foram registrados 6.547.438 casos prováveis de dengue, com 5.613 mortes confirmadas e 1.499 óbitos em investigação.
A vacina Qdenga, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), é uma vacina viva atenuada contendo versões enfraquecidas dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A OMS recomenda a administração da vacina em crianças e adolescentes de 6 a 16 anos em áreas com alta transmissão da doença, com um esquema de duas doses com intervalo de três meses entre elas, conforme adotado no Brasil.
A vacina teve seu registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023, permitindo sua comercialização no Brasil. Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a incorporação do imunizante no Sistema Único de Saúde (SUS).
Além da vacina Qdenga, o Instituto Butantan também está desenvolvendo uma vacina contra a dengue, com previsão de submissão do pedido de registro à Anvisa ainda este ano. A vacinação contra a dengue começou a ser feita na rede pública de saúde em fevereiro, sendo disponibilizada inicialmente para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade.