Pesquisadores do Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, desenvolveram e validaram um teste molecular para o diagnóstico da tuberculose, em especial a infantil. O método identifica um elemento genético da bactéria causadora da doença por meio de amostras clínicas e permite detectar de forma precoce os casos da doença em que a presença do bacilo no organismo é baixa. O resultado do teste leva no máximo 24 horas. As informações são da Agência Fapesp.
A tuberculose infantil atinge 1,3 milhão de crianças por ano no Brasil. No total, são 50 milhões de pessoas infectadas, o que leva o País a ocupar a 16ª posição entre os 22 países com maior incidência da doença no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Atualmente, há dificuldade para o diagnóstico laboratorial da tuberculose em crianças. As radiografias pulmonares nem sempre são conclusivas e a cultura de sangue requer dias para obtenção do resultado, já que o bacilo da tuberculose leva de oito a dez semanas para se multiplicar.
Um dos procedimentos mais comuns para fazer o diagnóstico, a cultura de lavado gástrico do paciente, tem eficácia em cerca de 40% dos casos. Em sua validação, o teste da Fiocruz mostrou 92,6% de sensibilidade, ou seja, capacidade de detectar a doença, e 100% de especificidade, para descartar a presença do bacilo em pessoas saudáveis.
O custo do teste deve ser mais alto do que os realizados atualmente, estimam os pesquisadores, mas a economia com a rapidez do diagnóstico pode balancear a equação. Os estudos de custo estão em andamento.
Agência Estado