A Financiadora de Estudos e Projetos (Hnep) iniciou, anteontem, no Rio, uma serie de reuniões entre representantes de empresas e de universidades brasileiras para discutir a aplicação de US$ 96 milhões em projetos científicos e tecnológicos na área de engenharia, incluídos no Programa de Desenvolvimento das Engenharias, que dispõe de um total de US$ 320 milhões. Os outros US$ 224 milhões serão destinados a financiamentos de empresas que implantem programas de gestão de qualidade e desenvolvam projetos de pesquisas.
Metade do total dos recursos foi obtida junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), cujo contrato deverá ser assinado em agosto próximo. Os 50% restantes serio contrapartida da União, informa o coordenador do programa, professor Valdimir Longo. Ele explica que 50% dos US$ 96 milhões serão destinadas, a fundo perdido, para o apoio de grupos de pesquisa e pesquisadores individuais nas áreas de física, química, biociência e ciências sociais e humanas. A outra metade (USS 48 milhões) será destinada à criação de alianças entre universidades e empresas, visando criar redes de cooperação temáticas para projetos conjuntos de desenvolvimento de pesquisa na área de engenharia.
PRIORIDADE NA ÁREA DE ENGENHARIA
"Estamos em fase de estabelecimento de prioridades dos segmentos a serem atendidos nas áreas de engenharia, dentro de um universo de trinta temas. Teremos mais reuniões em outros estados até o final de julho para identificá-los", conta Longo, acrescentando que na primeira reunião no Rio participaram representantes das empresas Norberto Odebrecht, Montreal Engenharia, Cataguases Leopoldina, integrantes de universidades federais de vários estados, além de representantes de agências federais subordinadas ao Ministério de Ciência e Tecnologia, responsável pelo programa.
Com relação aos US$ 224 milhões restantes dessa linha de crédito, o chefe do departamento de Operações da Finep, Fernando Paulo de Castro, informa que serão destinados ao financiamento de empresas que adotem programas de gestão de qualidade, de desenvolvimento experimental (criação de planta piloto e protótipos), e projetos de pesquisa aplicada e de comercialização pioneira (produtos inexistentes no mercado).
FINANCIAMENTO DE 90%
Castro explica que nesses casos a Finep concede financiamento de 90% do total do projeto, e a empresa entra com o restante. O prazo de carência é de 24 meses a amortização se dá em até quatro anos. Os juros são sempre pela TJLP e o "spread", dependendo do tipo de projeto, varia de 2% a 6% ao ano. "Qualquer empresa, independente dê seu porte, está habilitada a pleitear este financiamento. Pode ser nacional ou estrangeira, desde que tenha projetos de pesquisas desenvolvidos no País, Os interessados deverão procurar diretamente a sede da Finep, no Rio, ou os escritórios em São Paulo e Brasília", conclui.
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Gazeta Mercantil