Dois projetos da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) alcançaram a final em um renomado prêmio internacional de inovação em saúde. A Calixcoca, voltada para o tratamento de dependência em crack e cocaína, e a SpiN-TEC MCTI, que previne a Covid-19, estão entre os 14 projetos que disputarão o prêmio principal de 500 mil euros.
Segundo informações da UFMG, ambas as vacinas já garantiram 50 mil euros em suas respectivas categorias. A Calixcoca foi selecionada na categoria de Inovação Tecnológica aplicada à Saúde, enquanto a SpiN-TEC ganhou destaque na categoria Inovação em Terapias. Agora, essas iniciativas competem na categoria "Destaque", buscando o prêmio máximo.
Processo de Votação O grande vencedor será escolhido por meio de votação online, que só pode ser realizada por profissionais registrados em conselhos de medicina em países associados à farmacêutica financiadora do prêmio. A votação será encerrada em 3 de setembro.
A Busca por Financiamento e o Futuro das Vacinas
Calixcoca: Uma Esperança no Tratamento de Dependência A Calixcoca é uma vacina terapêutica para o tratamento de dependência em cocaína e crack. Coordenada pelo professor Frederico Duarte Garcia, do Departamento de Saúde Mental da Faculdade de Medicina, essa iniciativa representa uma abordagem inovadora no tratamento de dependência dessas duas substâncias.
O professor Garcia expressou seu otimismo, declarando que "os nossos estudos pré-clínicos comprovam a segurança e eficácia do imunizante nessa aplicação. Ela aporta uma solução que propicia aos pacientes com dependência voltar a realizar seus sonhos".
Embora os testes pré-clínicos já tenham sido concluídos, a equipe busca financiamento para prosseguir com os testes em humanos. A recente liberação de R$ 10 milhões pelo governo de Minas Gerais para os estudos da Calixcoca indica um passo positivo nesse sentido.
Projeto SpiN-TEC: Um Avanço no Combate à Covid-19 A SpiN-TEC, outra iniciativa da UFMG finalista no prêmio Euro Inovação na Saúde, é uma das poucas vacinas contra a Covid-19 que estimula a imunidade celular, oferecendo uma proteção mais duradoura. Liderada pelo professor Helton Santiago, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas, essa abordagem difere das estratégias tradicionais.
O professor Santiago destacou a importância desse projeto, afirmando que "concebemos uma vacina desde o seu conceito molecular e imunológico, buscando uma estratégia pouco visada pela indústria farmacêutica, que é a de induzir a imunidade celular. Essa estratégia tem a vantagem de ajudar na defesa contra todas as variantes do vírus".