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Diário da Manhã (GO)

Fim do ferro de passar

Publicado em 17 outubro 2006

As incansáveis horas diante da tábua de passar roupa estão com os dias contados. Preocupadas em agilizar os serviços domésticos, empresas de eletroeletrônicos estão investindo no desenvolvimento de novos equipamentos para auxilizar as atividades cotidianas e poupar tempo e dinheiro dos consumidores. Prova disso é a chegada no mercado brasileiro da máquina de passar roupa Agillisa, criada e patenteada pela empresa paulista Coll Projetos, Engenharia e Tecnologia.
A invenção desamassa até 12 roupas por vez, consumindo 50% menos energia que a utilizada pelos ferros convencionais. O equipamento usa o método a vapor para passar as peças, que podem ser colocadas sem distinção de tecidos e cores. As roupas vão direto da máquina de lavar, após a centrifugação, para a passadora, que secará e desamassará o vestuário, eliminando o uso das secadoras. Roupas secas também podem ser colocadas diretamente no aparelho.
Conforme explica a diretora da Coll, Célia Jaber, foram precisos três anos para que o projeto chegasse a sua formatação atual. Durante o desenvolvimento, a empresa trabalhou no Centro Incubador de Empresas da Universidade de São Paulo (Cietec), em parceria com o professor de mecatrônica da Escola Politécnica de São Paulo, Nicola Getschko, e contou com investimentos vindos do Fundo de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Ao todo foram investidos R$ 500 mil no projeto integral.
O ferro de passar roupa, o freezer e o chuveiro elétrico são os campeões do consumo de energia, chegando a equivaler 65% do total pago para as empresas de energia. Atualmente, a máquina de passar está em fase experimental, mas conta com uma lista de 500 pessoas na fila de espera para o seu lançamento. "Temos consumidores de diversos países interessados em adquirir a Agillisa. Recebemos solicitações do Canadá, Austrália, Portugal, Argentina e Uruguai, sem contar os clientes brasileiros", elenca Célia.
A máquina deve chegar no mercado por R$ 3,5 mil, nesse próximo Natal. "Estamos trabalhando para poder lançá-la no mercado ainda nesse final de ano", comenta. Como todo lançamento surge com preços exorbitantes, a tendência é que em poucos meses o valor torne-se mais acessível à grande maioria da população.
Uma das maiores beneficiadas com o invento, as lavanderias profissionais estão ansiosas para a chegada do produto no mercado. Para o gerente da lavanderia Qualitá, Rafael Prado, o investimento na compra da máquina teria retorno rápido. A empresa passa diariamente cerca de 120 peças e chega a gastar R$ 1,2 mil ao mês com energia elétrica.