O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu nesta terça-feira (25) a ministra da Saúde, Nísia Trindade, após uma breve reunião no Palácio do Planalto.
Ela será substituída por Alexandre Padilha, que deixa a Secretaria de Relações Institucionais para assumir a pasta. A mudança marca o início da reforma ministerial no governo.
Nísia Trindade, ex-presidente da Fiocruz, assumiu o Ministério da Saúde no início do governo com um perfil técnico, mas sua gestão foi marcada por críticas, crises sanitárias e pressões políticas, especialmente do Centrão, que buscava maior controle sobre o orçamento da pasta. Lula já havia sinalizado a aliados que planejava substituí-la, diante de queixas sobre a falta de uma marca forte na área da saúde.
Mais cedo, Nísia participou de uma cerimônia ao lado de Lula para anunciar um acordo com o Instituto Butantan para a produção de 60 milhões de doses anuais da vacina contra a dengue. Durante o evento, funcionários do ministério aplaudiram a ministra quando sua presença foi anunciada, e ela fez menção aos secretários da pasta.
Alexandre Padilha retorna ao Ministério da Saúde
Alexandre Padilha, que já comandou a Saúde no governo Dilma Rousseff (PT), assume a pasta em um momento desafiador. Sua nomeação abre espaço para a reforma ministerial, que deve reconfigurar a Esplanada dos Ministérios. Com a saída de Nísia, o número de mulheres à frente de ministérios cai para 9, em um total de 38 pastas.
A demissão de Nísia ocorre após meses de pressões internas e externas. Além das críticas do Centrão, o próprio Lula demonstrou insatisfação com a falta de resultados mais visíveis na área da saúde. A expectativa é que Padilha, conhecido por sua habilidade política e experiência na pasta, consiga equilibrar as demandas técnicas e as pressões políticas.